O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), deixou a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quinta-feira (5/12), após prestar novo depoimento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado investigada pelas autoridades.
A oitiva, que teve início às 15h, durou quase duas horas, terminando por volta das 16h40. Ao sair da sede da PF, Mauro Cid evitou falar com a imprensa e permaneceu em silêncio enquanto deixava o local.
Durante o depoimento, ele foi questionado sobre o plano golpista denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como objetivo a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O novo interrogatório ocorreu duas semanas após Cid ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, que manteve os benefícios da delação premiada. A delação ficou ameaçada após a Polícia Federal apontar contradições e omissões em declarações anteriores sobre o caso.
Indiciados e trama golpista
Mauro Cid, ao lado de Jair Bolsonaro, é um dos 37 indiciados no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. O inquérito já foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), cabendo agora ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir se apresenta ou não denúncia contra os indiciados.
A delação de Mauro Cid foi mantida após ele fornecer informações detalhadas ao ministro Alexandre de Moraes sobre a atuação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro durante a eleição de 2022.
Cid já foi ouvido pela Polícia Federal 14 vezes. Ele foi indiciado por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.