
Após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira (3/9), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), se pronunciou sobre as investigações.
No texto, o chefe do Executivo local afirmou acreditar que a medida é precipitada, uma vez que foi adotada “quando as apurações da Operação Fames-19 ainda estão em andamento, sem conclusão definitiva sobre qualquer responsabilidade de sua parte.”
A nota diz, ainda, que o pagamento das cestas básicas, objeto da investigação, ocorreu entre 2020 e 2021, na gestão anterior, período em que Wanderlei exercia o cargo de vice-governador e não era ordenador de despesa.
“Reforço que, por minha determinação, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE) instauraram auditoria sobre os contratos mencionados e encaminharam integralmente as informações às autoridades competentes.”
Além disso, o político afirmou que acionará os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo, comprovar a legalidade de seus atos e enfrentar o que ele classifica como “injustiça”.
Operação
Na manhã desta quarta (3), o governador foi afastado do cargo por seis meses, por ser alvo de uma operação que investiga fraudes em compras de frangos e cestas básicas durante a pandemia de covid-19.
Segundo a PF, os contratos foram bancados com emendas parlamentares e somam cerca de R$ 97 milhões. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 73 milhões.
A investigação aponta que os recursos desviados teriam sido ocultados em empreendimentos de luxo, compra de gado e despesas pessoais.
As ações foram cumpridas em Palmas (TO), Araguaína (TO), Distrito Federal, Imperatriz (MA) e João Pessoa (PB). Para isso, foram mobilizados 200 agentes.
As investigações tramitam sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Confira a nota do governador na íntegra:
Recebo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com respeito às instituições, mas registro que se trata de medida precipitada, adotada quando as apurações da Operação Fames-19 ainda estão em andamento, sem conclusão definitiva sobre qualquer responsabilidade da minha parte. É importante ressaltar que o pagamento das cestas básicas, objeto da investigação, ocorreu entre 2020 e 2021, ainda na gestão anterior, quando eu exercia o cargo de vice-governador e não era ordenador de despesa.
Reforço que, por minha determinação, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE) instauraram auditoria sobre os contratos mencionados e encaminharam integralmente as informações às autoridades competentes.
Além dessa providência já em curso, acionarei os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo de Governador do Tocantins, comprovar a legalidade dos meus atos e enfrentar essa injustiça, assegurando a estabilidade do Estado e a continuidade dos serviços à população.
As informações são de Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.










