As desculpas apresentadas pelo coronel Menezes – militar da reserva do Exército Brasileiro – à população amazonense e, sobretudo, para os moradores de Parintins, por conta do uso indevido da imagem dos bumbás Garantido e Caprichoso, no último dia 19, não convenceram à ninguém.

É como se o tiro tivesse saído pela culatra ou como escreveu o poeta português Manuel Maria Barbosa de Bocage a “emenda saiu pior do que o soneto.

Pois muito bem. Para quem não lembra, sábado, 19, Menezes foi a Parintins para anunciar aos moradores da simpática Ilha de Tupinabarana que o presidente Bolsonaro visitará a cidade nos meses de março e junho para conhecer a magia encantadora do Festival Folclórico dos bois-bumbás.

Só que, sem o devido e necessário consentimento da direção as agremiações, usou a imagem do Caprichoso que esteve no aeroporto Júlio Belém para recepcioná-lo juntamente com uma claque contratada para fazer barulho. Em tempo real, Menezes gravou um vídeo e mandou para Bolsonaro. E não tardou para que o mesmo invadisse as redes sociais.

Após a repercussão, tanto a direção do Caprichoso quanto a do Garantido emitiram, individualmente, nota pública na qual condenavam o uso das imagens dos bumbás para fins eleitoreiros.

Nesta segunda-feira, 21, “dia da discórdia do BBB22”, Menezes aparece em outro vídeo para tentar contemporizar a escorregada festiva, desta vez, sem expressão de ar festivo, sem faixas e a velha e manjada claque.

Um tanto macambúzio, Menezes disse que pediu formalmente às agremiações a presença dos bumbás no aeroporto no dia 19. Os documentos exibidos de fato comprovam o pedido.

Só que nenhuma das agremiações atenderam às solicitações de Menezes, embora uma réplica do Caprichoso tenha comparecido ao aeroporto.

Completamente fora de contexto, Menezes ainda tenta uma última cartada e larga a seguinte pérola: “cultura não tem dono, é patrimônio cultural do povo. Lamento o ocorrido”… (corte). 

Escute o que disse a assessoria do Caprichoso

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