Desde a simplicidade dos jogos no Atari até as grandes histórias e narrativas que podem ser jogadas em consoles, computadores e smartphones de última geração o fato é que o mercado de games aumenta suas receitas e fideliza cada vez mais jogadores que veem nesse segmento uma ótima oportunidade profissional. Estamos falando dos gamers.
Segundo pesquisa divulgada pela NewZoo/Abragames, mais de US$ 2,5 bilhões foram movimentados entre janeiro e julho deste ano, situando o Brasil como maior mercado do gênero na América Latina e no décimo lugar mundial em arrecadação de receitas.
Em um cenário de incentivo à participação feminina e paridade de gênero nas competições profissionais e acesso a patrocínios, jogos conhecidos do grande público como Free Fire, Valorant, League of Legends e FIFA 23 atraem cada vez mais público ao redor do mundo e incentivam o desenvolvimento de novos produtos. Não à toa, o número de jogadores brasileiros saltou de 67 milhões para 101 milhões, nos últimos três anos.
Por isso, os candidatos que buscam vagas em setores ligados à produção e desenvolvimento de jogos ou tornar a jogatina diária a sua atividade profissional se destacam e saem na frente quando participam de cursos e iniciativas de especialização sobre o mercado atual na área dos e-sports.
Programação e mercado de trabalho
Para quem prefere seguir carreira profissional no desenvolvimento de jogos, a boa notícia é que o mercado nessa área abrange inúmeras possibilidades de participação. Segundo o Tech Lead de uma empresa desenvolvedora de jogos mobile, Jason Antônio, os nichos de atuação são diversos.
“Quando se pensa em trabalhar na indústria de jogos digitais, muitos pensam que você irá trabalhar apenas como programador ou como artista, mas isso é um engano, pois existem inúmeras subáreas que o profissional pode trabalhar. Na área de programação, por exemplo, você pode atuar na parte que desenvolve as mecânicas dos jogos em si, ser responsável pelo backend de um sistema de contas de usuário, identificar bugs e problemas no código. Na arte existem os animadores, modeladores e tech artists, que unem a arte com a programação do jogo”, contextualiza.
De acordo com o especialista, a demanda por profissionais capacitados cresce cada vez mais com o movimento das empresas que buscam criar algum tipo de jogo ou aplicativo em tecnologias mais recentes, como o metaverso, NFTs e blockchain, em geral. Além dos conhecimentos específicos, as desenvolvedoras buscam preencher essas vagas com candidatos que saibam lidar com as “soft skills”.
Capacidade de lidar com problemas e propor soluções diferentes, gestão de tempo adequada e trabalho em equipe fazem parte dessas habilidades requisitadas, mas Jason alerta que o conhecimento técnico também é essencial. “Obviamente suas ‘hard skills’ são fundamentais. Você não pode pleitear uma vaga de programação numa linguagem ou engine específica requisitada e não entender nada sobre ela”.
E-Sports
De acordo com o presidente da Federação Amazonense de E-Sports, Léo Andrade, a repercussão dos jogos eletrônicos incentiva a participação de jogadores mais jovens em busca de reconhecimento em níveis local e nacional. Ele destaca o período de isolamento social provocado pela pandemia nos últimos dois anos como principal mote para o engajamento desses atletas.
“Tivemos mais de 48 times inscritos em um campeonato que fizemos. A repercussão foi tanta que a desenvolvedora do jogo criou um evento similar. Nós tivemos um impacto social muito grande e atingimos a grande massa da juventude que mora na periferia para que pudesse mostrar seu talento”, afirma.
Citando como exemplo a campeã do torneio, a Amazon Crips, que ascendeu da Série C da liga brasileira de Free Fire para a Série A, Leandro diz que desde então o cenário competitivo não para de crescer, permitindo que os jogadores participem de eventos oficiais e ganhem espaço em times profissionais.
“Em julho de 2022 desarquivamos o Amazon Tecnogame, o maior evento games competitivo do Norte do Brasil. Ao todo, colocamos mais de 12 mil jovens para jogar em um dos maiores centros de convenções de Manaus em diferentes modalidades de e-sports. Movimentamos mais de R$ 1 milhão durante o evento e oferecemos premiações em dinheiro aos vencedores. Já fizemos eventos em parcerias com organizações nacionais e internacionais, como o Amazon Talents, com participação de gamers da Argentina”, pontua.
Webinar discute segmento dos games
Para apresentar o panorama dos jogos eletrônicos e as oportunidades de mercado disponíveis, o ITT (INDT Tech Training), unidade de negócios de educação tecnológica do INDT – Instituto de Desenvolvimento Tecnológico, promoverá no próximo dia 18, terça-feira, o webinar “do Joystick ao Teclado”. Com enfoque nas áreas de jogos, mercado e desenvolvimento, a transmissão on-line contará com a participação dos especialistas Jason Antônio e Léo Andrade.
De acordo com a diretora-executiva do ITT, Vanessa Milon o evento é voltado a profissionais, estudantes e fãs de tecnologia de todas as idades. Durante o encontro, os participantes poderão conhecer o relato de trabalho dos convidados, ter acesso a informações e dicas sobre o cenário atual, além de sanar dúvidas sobre assuntos relacionados a área gamer.
Na opinião de Vanessa, a participação em eventos e reuniões permite aos interessados em ingressar ou se aprimorar no ramo de jogos que construam um plano de carreira estruturado.
“Assim como em qualquer profissão, o desafio do aprendizado e as dificuldades são grandes, mas é perfeitamente possível aprender a programar e crescer nessa carreira, que pode ter alcance internacional. É um mercado grande e sem previsão de retração”, afirma.
O início da transmissão será às 18h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo link no Sympla.
Serviço:
O que: Webinar “Do Joystick ao Teclado” – Games: jogos, mercado e desenvolvimento
Onde: Youtube; inscrições (https://bityli.com/dbaueSU)
Quando: 18h – 19h30 (horário de Manaus)
Quanto: gratuito