Em meio ao recesso parlamentar, que oficialmente suspende as atividades legislativas até 4 de agosto, o Partido Liberal (PL) marcou reuniões em duas comissões permanentes da Câmara dos Deputados para esta terça-feira (22), às 10h, com o objetivo de votar moções de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A movimentação contraria a orientação da presidência da Casa e reacende tensões internas no Legislativo. As informações são da CNN Brasil.
O PL, que atualmente preside a Comissão de Relações Exteriores e a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, pretende manter os trabalhos desses colegiados como forma de solidariedade a Bolsonaro, que é alvo de medidas cautelares determinadas pela Justiça desde a última sexta-feira (18). Entre as restrições impostas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com embaixadores e demais investigados, além de veto ao uso de redes sociais.
A decisão vai de encontro à nota divulgada pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que reafirmou a suspensão de todas as votações em plenário e reuniões de comissões durante o recesso. “O recesso parlamentar de julho está confirmado, conforme previamente estabelecido. Durante esse período, não serão realizadas votações em plenário nem reuniões das comissões permanentes da Casa”, diz o comunicado oficial.
Mesmo diante da posição da presidência, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que não há ilegalidade na convocação e que os presidentes das comissões têm autonomia para deliberar. “Para nós é muito importante votar as moções de louvor ao Jair Bolsonaro. Os presidentes [das comissões] são autônomos, eleitos, e as comissões estão convocadas”, declarou.
A movimentação do PL ocorre em meio ao acirramento do debate político envolvendo o ex-presidente e as recentes decisões judiciais que o colocaram sob novas restrições. A atitude do partido promete ampliar o embate entre aliados de Bolsonaro e setores do Legislativo mais alinhados à presidência da Câmara.
