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Brasília (DF) – Embora esteja em extinção desde 1995, a Renda Mensal Vitalícia (RMV) segue gerando impacto nas contas públicas. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, o benefício já consumiu mais de R$ 316 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

Criada pela Lei nº 6.179/1974, a RMV foi gradualmente substituída pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), implementado em 1996. Apesar disso, os pagamentos continuam para os beneficiários já cadastrados até o fim de 1995 — mantendo o caráter vitalício do programa.

Quem ainda recebe a RMV?

Em abril de 2025, ainda estavam ativos:

  • 49.009 pessoas com deficiência (PCDs)

  • 2.524 idosos
    Cada um recebe mensalmente o equivalente a um salário mínimo (R$ 1.518,00 em 2025).

Os critérios exigiam, à época da concessão, que os beneficiários tivessem mais de 70 anos ou fossem permanentemente incapazes para o trabalho, sem fonte de renda, sem atividade remunerada e sem possibilidade de sustento pela família.

Valores pagos ao longo dos anos

Apesar da redução gradual, a RMV ainda tem custo significativo:

Ano Valor pago
2015 R$ 1,596 bilhão
2016 R$ 1,444 bilhão
2017 R$ 1,467 bilhão
2018 R$ 1,315 bilhão
2019 R$ 1,218 bilhão
2020 R$ 1,130 bilhão
2021 R$ 1,053 bilhão
2022 R$ 1,023 bilhão
2023 R$ 990 milhões
2024 R$ 953 milhões

O governo federal garante que não há novas concessões desde 1996, e que o benefício é intransferível e encerrado com o falecimento do titular. Ainda segundo o Ministério da Assistência Social, não foram identificadas fraudes relacionadas à RMV.

Previdência sob pressão

No fim de maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025. Entre os principais motivos citados estão os gastos com a Previdência Social, que continuam pressionando as contas públicas mesmo após diversas reformas.

“O sistema previdenciário ainda representa um desafio, mesmo com os ajustes dos últimos anos”, afirmou Haddad, destacando também os custos do BPC, que já somam R$ 2,8 bilhões, e das despesas com benefícios previdenciários, que chegaram a R$ 15,6 bilhões.

Com informações de Metrópoles

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