Rafaela Felliciano/ Metrópoles

A candidata ao Senado pelo Republicanos-DF e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, participou de sabatina realizada pelo Metrópoles nesta sexta-feira (2/9). Durante 15 minutos, a postulante ao Congresso Nacional falou às jornalistas Larissa Alvarenga e Isadora Teixeira sobre projetos, relação com a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) e temas como aborto e vacinação.

Damares começou falando sobre a relação de Bolsonaro com ela e com Flávia Arruda (PL), que também é ex-ministra e candidata ao Senado. Segundo ela, o presidente não deve declarar apoio público a nenhuma das duas.

“A coligação dele está com ela [Flávia], sim, mas a gente nunca colocou o presidente na parede. Pela primeira vez a direita tem duas candidatas com potencial de serem eleitas. Creio que o presidente vai ficar distante dessa disputa e a direita vai escolher a melhor proposta”, disse.

Caso seja eleita, Damares promete focar na segurança pública para o Brasil e para o DF. “Quero dar atenção à segurança pública. Não negócio com bandido. A violência tem crescido muito e já encontramos facções no Entorno. Vai ser prioridade, além da reforma do Código Penal e seus efeitos”, declarou a candidata.

Em relação às investigações que envolvem o nome e a família do atual presidente, Damares afirma que “confia no capitão”.

“Eles estão sendo investigados e preferimos não nos manifestar, mas conheço meu capitão e, por isso, admiro tanto esse homem. Meu capitão é anticorrupção. Se fala muito em investigação, mas não tem nenhuma condenação. É um governo anticorrupção”.

Relação com o STF

Durante a sabatina, Damares também falou sobre a relação com o Supremo Tribunal Federal (STF). Na visão da ex-ministra, há “preocupações” dentro da Corte. “Sou a favor de que todos que não cumprirem com sua função ou ultrapassarem a suas atribuições sejam investigados e punidos, mas a gente não pode tencionar essa situação”.

“Acredito que as instituições têm de cumprir suas atribuições garantidas por lei. Isso é democracia. Vou lutar para que a democracia seja protegida o tempo todo”, completou.

Porém, ela citou decisões que “preocupam” e citou o ministro Alexandre de Moraes. “Temos algumas decisões que nos preocupam muito, inclusive monocráticas. Semana passada vimos nossos empresários, homens que geram emprego, que trabalham, serem alvos de uma operação policial, de uma decisão única e isso nos preocupa muito”.

Ela ainda disse que o senador Randolfe Rodrigues (Rede) afirmou publicamente “não confiar na Procuradoria-Geral da República e peticionar diretamente o ministro Alexandre de Moraes”.

“Isso é muito grave. A sociedade está preocupada”.

Aborto e pautas LGBTQIA+

Questionada sobre a atuação, enquanto ministra, no caso da menina de 10 anos que engravidou após sucessivos estupros praticados pelo tio, no Espírito Santo, em 2020. “Não agi para impedir o aborto dessa criança. Pelo contrário, eu que pedi a investigação sobre quem vazou os dados.”

Porém, ela reforçou a posição que tem em relação ao tema. “A minha posição sobre o aborto é publica e muito clara. O povo, na sua maioria não quer a legalização do aborto no Brasil. Sou a favor da vida desde a concepção”, disse.

Questionada sobre o relacionamento com a população LGBTQIA+, Damares afirmou que, quando estava no comando do ministério, esteve em contato com o movimento a fim de “entender as demandas”.

“Conversamos com o movimento LGBTQIA+ no Brasil para saber qual a necessidade que precisava ser suprida neste momento no Brasil. E a resposta foi clara: empregabilidade e capacitação para o mercado de trabalho. Então, o nosso ministério se dedicou nos últimos 3 anos à capacitação e empregabilidade, especialmente, com travestis. Mais de 80% vivem de programas sexuais, mas temos muitos travestis com potencial para o mercado de trabalho.”

Próximas entrevistas

Metrópoles deu início às sabatinas de candidatos ao Senado na quarta-feira (31/8). As entrevistas serão transmitidas ao vivo no canal do Metrópoles no YouTube, durante a 2ª edição do Boletim Metrópoles, que começa às 17h.

Joe Valle (PDT) e Rosilene Corrêa (PT) já passaram pela sabatina. Na segunda-feira (5/9), será a vez da representante da coligação Unidos pelo DF (MDB, PP, PL, Pros, Agir, Solidariedade e Avante), Flávia Arruda (PL).

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