O Projeto de Lei nº 181/2023, de autoria da deputada estadual Débora Menezes (PL), que concede o título de cidadã do Amazonas à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro foi aprovado

A extravagante ideia de catapultar o nome Michelle Bolsonaro à disputa presidencial de 2026 extrapola o fanatismo obsessivo da extrema direita bolsonarista. Interrompe o bom senso e a razoabilidade e agride a qualquer critério lógico do pensamento crítico.

Gestar o nome de Michelle Bolsonaro como “salvadora da pátria”, com forçação de barra, e outros babados, como ocorre no parlamento amazonense, que a aprovou a outorga de cidadã amazonense, é desprezar a identidade do Brasil com os valores republicanos.

Para a extrema direita nada disso importa.

Não importa, por exemplo, que no escândalo das joias revelado pelo Estadão tenha mentido, negando não ter conhecimento sobre as joias até que fosse desmascarada por funcionária do Planalto em depoimento à Polícia Federal.

Segundo reportagem de O Estado de S. Paulo, uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Palácio do Planalto disse à Polícia Federal que o estojo de jóias, com valor estimado em R$ 2,5 milhões, foi entregue em mãos para Michelle.

De acordo com informações do Estadão, o conjunto foi entregue a ela no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República, e conferido pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro.

Isso não é tudo.

Na série de denúncias feita por funcionários do Alvorada, Michelle ainda é acusada de Caixa 2 e de usar o cartão corporativo da Presidência para pagar despesas pessoais que incluiriam até mesmo implante de silicone nos seios.

Michelle seria ainda protagonista de um suposto esquema de repasse de uma parte do salário de uma assessora parlamentar. Trata-se de Rosimary Cardoso Cordeiro, a melhor amiga de Michelle, que anteriormente já apareceu no noticiário como sendo a dona do cartão de crédito usado pela esposa do presidente da República.

“Esta homenagem a (sic) Michelle Bolsonaro é o reconhecimento pelo trabalho que ela desenvolveu pelo Amazonas, enquanto presidente do conselho do programa Pátria Voluntária, com a distribuição de cestas básicas para famílias ribeirinhas, em situação de vulnerabilidade social, durante o período da pandemia de Covid-19, entrega de brinquedos e de equipamentos essenciais para organizações sociais, entre outras ações”, destaca a deputada Débora Menezes, autora do projeto.

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