Durante visita a Manaus nesta segunda-feira (31), o ministro da Educação, Camilo Santana, participou da inauguração do Centro de Tecnologia, Desenvolvimento e Inovação (CTDI), no campus Zona Leste do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), e anunciou novos investimentos na educação da capital. A solenidade também marcou a assinatura de um convênio para a destinação de R$ 3,3 milhões ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) no município.
O evento contou com a presença do prefeito de Manaus, David Almeida, dos senadores Omar Aziz e Eduardo Braga, além de deputados federais e autoridades locais. Na ocasião, Camilo Santana destacou o desempenho da educação municipal e parabenizou a gestão da capital pelo selo ouro concedido recentemente pelo Ministério da Educação (MEC) a cidades que obtiveram avanços significativos na área.
“Manaus recebeu o selo ouro, e isso é resultado de um trabalho sério. Parabenizo o prefeito e toda a equipe pelo compromisso com a educação. Estamos celebrando um projeto baseado na Lei de Informática, que obriga empresas a investirem parte do faturamento em pesquisa e inovação. Isso está transformando a realidade de milhares de jovens”, afirmou o ministro.
O prefeito David Almeida agradeceu os investimentos do governo federal e reafirmou o compromisso da gestão municipal com a formação de qualidade. “Manaus tem a terceira maior rede de ensino do Brasil, com 253 mil alunos. Somos a capital com o melhor desempenho entre as grandes metrópoles no Ideb. Nosso objetivo é erradicar o analfabetismo e preparar nossos estudantes para o futuro. Já temos 82% de taxa de alfabetização na rede municipal”, disse o prefeito.
O CTDI é resultado de uma parceria entre o Ifam e a Samsung Eletrônica da Amazônia, viabilizada por meio da Lei de Informática (Lei nº 8.248/1991). O centro oferece capacitação em áreas como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Robótica e Programação de Dispositivos Móveis, além de cursos de pós-graduação lato sensu para a comunidade. Atualmente, 180 alunos participam do projeto, com direito a bolsas mensais e acompanhamento pedagógico.
Outro destaque da agenda foi a assinatura do repasse de R$ 16,6 milhões para o Projovem no Amazonas, sendo R$ 3,3 milhões destinados a Manaus. O programa, voltado a jovens entre 18 e 29 anos que não concluíram o ensino fundamental, oferecerá 600 vagas na capital, com cursos voltados para setores estratégicos do Polo Industrial e de Serviços.
A coordenadora-geral do Projovem em Manaus, Magna Collier, destacou a transformação proporcionada pelo programa: “Já vimos muitos ex-alunos se tornarem engenheiros, médicos e professores. O Projovem não oferece só qualificação, mas também acolhimento e participação cidadã”, afirmou.
Fabiane de Souza, 42 anos, é ex-aluna do Projovem Urbano e contou, durante o evento, que descobriu o programa aos 18 anos. Mãe solo, teve que abandonar os estudos para priorizar a família. “Foi no Projovem que eu concluí o ensino fundamental e ingressei no ensino médio. Depois, fiz uma graduação em Pedagogia. Hoje, sou especialista em educação inclusiva e mestre em Ensino de Ciências pela Universidade do Estado do Amazonas. Eu só tenho gratidão, porque o Projovem realiza nossos sonhos, nos capacita para o mercado de trabalho e para tudo mais na vida”, lembrou.
O programa assume um papel estratégico no Amazonas, estado que enfrenta desafios históricos de acesso à educação e à inclusão produtiva, bem como desigualdades territoriais. Sua implementação oferece respostas concretas a três eixos críticos: combate às desigualdades educacionais; desenvolvimento territorial sustentável; e geração de oportunidades e renda.
Em 2025, o Projovem completará 20 anos como a primeira política pública brasileira com recorte específico para a juventude. Realizado nas modalidades Projovem Urbano e Projovem Campo – Saberes da Terra, a iniciativa foi retomada e reestruturada pela Resolução nº 26/2024. A nova edição reforça o compromisso histórico do programa com os territórios e as populações com maior necessidade.
