O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, expressou indignação sobre as declarações. (Foto: Reprodução/Redes Sociais).

A tensão entre Brasil e Israel atingiu um novo patamar hoje, quando o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como “persona non grata” no país, exigindo retratações por suas recentes declarações controversas.

As tensões surgiram após o presidente Lula comparar o desastre humanitário em Gaza ao Holocausto durante um discurso no domingo passado (18/2). Em resposta, o Ministro Katz anunciou em uma publicação no que era conhecido como Twitter que “Não perdoaremos nem esqueceremos. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras”.

A declaração do Ministro repercutiu amplamente, agravando a crise diplomática entre os dois países. O governo de Israel, além de tornar público seu posicionamento, também modificou o protocolo para encontros com diplomatas e representantes de nações estrangeiras. Um exemplo claro disso foi a reunião marcada com o embaixador do Brasil em Israel, que aconteceu no Museu do Holocausto, em Jerusalém, ao invés do Ministério das Relações Exteriores, como seria de praxe.

O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, endossou as críticas ao presidente Lula e convocou o embaixador brasileiro no país para uma reunião. O Ministro Katz detalhou que irá realizar uma reprimenda ao embaixador brasileiro, Daniel Zohar Zonshine, no Museu do Holocausto Yad Vashem ainda hoje (19/2).

A comunidade internacional também reagiu às declarações de Lula, com o diretor do Museu do Holocausto, Dani Dayan, expressando forte desaprovação. “Comparar um país que luta contra uma organização terrorista e assassina com as ações dos nazistas no Holocausto é digno de toda condenação. É triste que o presidente do Brasil tenha descido a tal nível de distorção extrema do Holocausto”, afirmou Dayan.

A ofensiva na Faixa de Gaza, citada por Lula em seu discurso, teve início em outubro do ano passado, após uma invasão do Hamas no sul de Israel, resultando em baixas tanto civis quanto militares. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza relata um número consideravelmente maior de vítimas, com milhares de palestinos mortos e feridos durante a retaliação israelense.

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