Fome em gaza - Foto: Reprodução/X

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, defendeu publicamente nesta quinta-feira (26/6) a interrupção completa da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, alegando que os recursos enviados à população palestina estão sendo apropriados pelo grupo Hamas. A declaração foi feita por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, no qual o ministro afirma que os bens humanitários estão “fortalecendo o inimigo”.

“A ajuda humanitária que atualmente entra em Gaza é uma vergonha absoluta”, afirmou Ben-Gvir, reforçando que o Hamas “está assumindo o controle das quantidades de alimentos e bens que contribuem para sua sobrevivência”.

Contexto humanitário crítico

A declaração ocorre em meio a uma crise alimentar severa na região. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais da metade da população de Gaza enfrenta fome extrema. Desde o início da guerra, em outubro de 2023, o bloqueio militar israelense dificultou ainda mais a entrada de suprimentos, agravando a escassez de alimentos e medicamentos.

De acordo com dados da Defesa Civil palestina, 516 pessoas já morreram enquanto aguardavam ajuda humanitária em filas de distribuição ou em ataques nas proximidades de pontos de entrega.

Ajuda sob disputa

Ben-Gvir relembrou que, há cerca de um mês e meio, foi o único membro do gabinete a votar contra a entrada de ajuda humanitária, alegando que ela serviria apenas para “dar fôlego ao Hamas”. Na ocasião, segundo ele, havia a promessa de que a assistência seria limitada a “apenas 10 dias”, mas o envio continua.

“O que é necessário em Gaza não é uma interrupção temporária da ajuda, mas sim a sua cessação completa. Interromper a ajuda nos levará rapidamente à vitória”, afirmou o ministro.

Ele anunciou ainda que solicitará ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a reabertura da votação no gabinete de guerra sobre a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Estrutura criticada

Desde o final de maio, a distribuição de suprimentos em Gaza vem sendo realizada por meio da Gaza Humanitarian Foundation (GHF) — uma entidade estruturada com apoio de Israel e dos Estados Unidos. No entanto, ONGs e organizações humanitárias locais denunciam que a GHF atua com falhas graves, sendo inclusive chamada de “armadilha mortal”, devido à insegurança nos pontos de entrega e à alegada ineficácia na distribuição justa dos suprimentos.

Com informações de Metrópoles

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