
A complexa operação de resgate realizada no Monte Rinjani, na Indonésia, nos últimos dias, revelou ao mundo os riscos extremos enfrentados por quem se aventura nas encostas do vulcão ativo, localizado na ilha de Lombok. O caso da brasileira Juliana Marins, que desapareceu após cair em uma trilha da montanha no sábado (21), despertou atenção internacional não apenas pela tragédia, mas pela complexidade do socorro em um dos terrenos mais íngremes da região.
O ponto do acidente, conhecido como Cemara Nunggal, é uma trilha estreita cercada por desfiladeiros profundos e instáveis. Segundo internautas indonésios que acompanharam e comentaram a operação nas redes sociais, o local é considerado de altíssimo risco, com relevo acidentado, clima instável e acesso extremamente limitado, tanto por terra quanto pelo ar.
“Rinjani é um vulcão ativo. Seu relevo e clima estão em constante mudança. Não é brincadeira. Os socorristas arriscaram suas vidas desde o primeiro dia”, destacou a influenciadora local Nessie Judge em uma postagem no Instagram oficial do Monte. Segundo ela, o trajeto que normalmente levaria dois dias foi feito em apenas 6 a 8 horas por equipes de resgate, devido à urgência da missão.
O esforço envolveu dezenas de voluntários, equipes especializadas e o apoio de três helicópteros, enviados pelo governo da Indonésia. A operação enfrentou obstáculos que vão desde a profundidade do local da queda — que chegou a mais de 600 metros — até a limitação de equipamentos. “A corda trazida inicialmente tinha apenas 200 metros. Quando descobriram que a vítima havia deslizado ainda mais, foi preciso improvisar, porque não é possível carregar uma corda tão longa e pesada em um ambiente como esse. Humanos trabalham, não robôs”, escreveu a usuária dianaradiand.
As condições adversas exigiram esforço físico extremo das equipes. Em muitos trechos, o terreno não permitia o uso de veículos terrestres nem mesmo a descida direta por helicópteros. A visibilidade e os ventos fortes também atrapalharam a atuação aérea.
Internautas brasileiros expressaram solidariedade e admiração pelo trabalho realizado. “Vcs foram incríveis e incansáveis! As pessoas não têm noção do quanto é difícil fazer esse tipo de resgate nessas condições. Vcs sempre serão lembrados pelos brasileiros com carinho por essa atitude tão nobre”, declarou a brasileira Jô Garin.
Outro usuário, identificado como Zé Ricardo, reforçou a dimensão do desafio enfrentado: “Havia duas grandes alegrias naquele momento — a do dever cumprido e a de não terem perdido mais ninguém”.
O Monte Rinjani é conhecido por suas trilhas desafiadoras e paisagens deslumbrantes, mas também figura entre os locais de escalada mais perigosos do Sudeste Asiático. Com quase 3.700 metros de altitude, o vulcão exige preparo físico, equipamentos adequados e, sobretudo, respeito aos seus riscos naturais. O caso recente reforça a necessidade de cautela redobrada por parte de aventureiros que decidem explorar suas rotas.

Vídeos e Fotos do Instagram @rinjani_awesome







