
A trágica morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, após uma queda durante trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, gerou forte repercussão tanto no Brasil quanto no país asiático. O caso, amplamente coberto pela imprensa local, reacende preocupações sobre a segurança em excursões de ecoturismo em áreas de risco.
Juliana foi encontrada sem vida quatro dias após despencar em uma ravina de aproximadamente 300 metros de profundidade, durante uma trilha guiada. A operação de resgate envolveu cerca de 50 pessoas, incluindo socorristas profissionais e voluntários, além do uso de drones térmicos e apoio logístico aéreo das Forças Armadas da Indonésia.
Segundo o site Liputan6, o ministro das Florestas, Raja Juli Antoni, afirmou que o governo pretende tirar lições do ocorrido, com foco em reavaliar a segurança nas trilhas do Monte Rinjani. “Melhoraremos as instalações de segurança e proteção. Talvez seja necessário educar mais a gerência [do parque] e os visitantes sobre as regras aplicáveis”, declarou o ministro.
Montanha desafiadora e riscos conhecidos
Com mais de 3.700 metros de altitude, o Monte Rinjani é considerado o segundo vulcão mais alto da Indonésia e atrai tanto aventureiros experientes quanto turistas comuns. Seu entorno integra um parque nacional com área equivalente a cerca de 41 mil campos de futebol.
De acordo com dados do próprio governo indonésio, 180 acidentes e 8 mortes foram registrados no local nos últimos cinco anos. A imprensa local, como o portal Detik.com, classificou a operação de resgate como uma das mais difíceis já realizadas na região.
Fatores como o terreno acidentado, a altitude elevada, a neblina densa e a limitação de cordas de salvamento dificultaram a chegada até Juliana, que passou dias presa na ravina sem acesso a água, comida ou agasalhos adequados. “A profundidade do local onde ela caiu superava a extensão das cordas geralmente disponíveis para resgate, que variam entre 200 e 250 metros”, informou o portal detikTravel.
Comoção e críticas nas redes sociais
A morte de Juliana comoveu brasileiros e gerou intensa mobilização nas redes sociais. A conta oficial do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, foi inundada por comentários indignados, muitos exigindo investigação internacional e criticando a infraestrutura precária para o turismo de aventura no país.
As hashtags #JusticeForJuliana e #PrayForJuliana se espalharam pelo Twitter e Instagram. O episódio ocorre às vésperas da visita oficial de Subianto ao Brasil, onde participará da cúpula do BRICS e de uma reunião bilateral.
Enquanto isso, outros internautas saíram em defesa da Indonésia, argumentando que acidentes podem ocorrer em qualquer ambiente de natureza extrema e que os riscos estavam informados.
O site oficial do Parque Nacional Rinjani alerta que a montanha é “escalável apenas por visitantes com alto nível de aptidão física” e reconhece que mesmo excursões com guias credenciados podem resultar em fatalidades. “Os padrões de certificação e treinamento dos guias não são tão rigorosos quanto em outros países”, informa o portal.
Itamaraty acompanha o caso
Em nota, o Itamaraty informou que a embaixada do Brasil em Jacarta atuou desde o primeiro momento, após ser acionada pela família da jovem, e articulou junto ao governo local a mobilização das equipes de busca.
“Todos os recursos disponíveis foram empregados, inclusive helicópteros fornecidos pelas Forças Armadas, uma seguradora e uma mineradora”, relatou a agência estatal Antara.
Após o resgate do corpo na madrugada de quarta-feira (25), no horário de Brasília, Juliana foi levada ao hospital Bayangkara para os procedimentos legais e posterior repatriação.
Com informações de IstoÉ










