Foto: Agência O Globo

Uma testemunha-chave, que está sob proteção, poderá ajudar a polícia a chegar ao autor do disparo que matou o soldado da Polícia Militar Patrick Bastos Reis, da Rota, na noite da última quinta-feira (27/07). Desde então, 12 pessoas já foram mortas durante operações policiais no Guarujá, na Baixada Santista, em São Paulo. A informação é do delegado Antônio Sucupira Neto, que comanda as investigações do caso e, ontem, por volta de 19h30, após receber uma denúncia anônima, encontrou uma pistola 9mm que pode ter sido utilizada no assassinato do policial. No domingo, Erickson David da Silva, foi preso sob suspeita de ter sido o “sniper” que acertou o agente a cerca de 50 metros de distância.

— Nós recebemos uma denúncia anônima e eu fui com a minha equipe até um beco na comunidade Vila Júlia, onde esta arma estaria escondida. Nós a encontramos embalada em dois sacos plásticos e coberta de barro. Não sabemos ainda se tem ou não a numeração raspada, porque deixamos esta análise para a perícia. Mas foram recolhidos estojos de tiros feitos no local do crime que também serão usados pelos peritos para confirmar ou não a compatibilidade da pistola e das cápsulas — explicou Antônio Sucupira.

O delegado informou ainda que um dos suspeitos presos teria visto o momento em que uma pessoa escondeu a arma no beco. Ele era procurado desde quinta-feira e, ao ser localizado, prestou um depoimento com revelações sobre a dinâmica do crime para a polícia. Sucupira afirmou que a testemunha está sob proteção e não terá o nome divulgado:

— Não podemos nos precipitar e não posso garantir a total veracidade dos fatos informados. Mas a testemunha relatou uma série de informações que consideramos importantes para elucidar o crime. A pistola estava muito próxima do local de onde teria sido feito o disparo que matou o policial.

O soldado Patrick Bastos Reis, da Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), foi morto durante patrulhamento na quinta da semana passada. Outro policial ficou ferido. Erickson se entregou no domingo, mas alegou ser inocente. Em vídeo, ele chegou a pedir que o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, e o governador Tarcísio Freitas parassem com as operações na comunidade.

O clima continua tenso na região onde, nesta terça-feira, dois policiais militares foram baleados em Santos. Eles ficaram feridos e estão sendo atendidos na Santa Casa da cidade.

De acordo com a Secretaria estadual de Segurança, as 12 pessoas “morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança”. Até o momento, 32 pessoas já foram presas e 20,3 quilos de drogas e 11 armas foram apreendidos.

A Baixada Santista vive uma onda de violência nos últimos dias. Na noite da última quinta-feira (27), o soldado Patrick Bastos Reis, da Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) morreu após ser baleado durante um patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá. Outro policial ficou ferido. Um homem chamado Erickson David Silva se entregou no domingo, assumindo a autoria dos disparos que mataram o policial.

Em resposta, o governo estadual deflagrou a Operação Escudo, a fim de tentar encontrar o autor dos tiros. Mas a operação policial gerou diversas mortes no Guarujá desde o fim de semana, e deixou ao menos 12 mortes. A operação continua e moradores de diversas comunidades relatam clima de medo com a abordagem policial constante e barulhos de trocas de tiros.

O governador Tarcísio de Freitas afirmou, nesta segunda, que “não houve excesso e não houve hostilidade” nas ações policiais. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, também defendeu a operação e chamou as denúncias de tortura e abusos de “narrativas”.

A Ouvidoria das Polícias tem recebido constantes denúncias de abusos policiais de moradores da região, e a Defensoria Pública de São Paulo também foi acionada. O Ministério Público (MPSP) designou três promotores de Justiça da Baixada Santista para, junto ao Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP), investigarem as ações da Polícia Militar na Baixada.

De acordo com a SSP, os casos serão investigação pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), e a secretaria afirmou os registros das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos e podem ser acessados a qualquer momento pelo Ministério Público, Poder Judiciário e Corregedoria da PM.

Com informações de: O Globo

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