Um ex-prefeito de Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, está sendo cobrado a pagar uma dívida mesmo 11 anos depois de sua morte. Divaldo Willian Rinco aparece em publicação no Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (10/12). Ele é citado em notificação pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para devolver R$ 545,8 mil ao Tesouro Nacional.
Divaldo foi morto a tiros em setembro de 2010. Mesmo assim, a notificação estipula um prazo de 15 dias para que ele apresente defesa ou faça o pagamento da quantia. O documento pegou de surpresa a todos, ainda mais depois de mais de uma década do assassinato do político.
O texto da notificação informa que o ex-prefeito encontra-se em “lugar incerto” e alerta, ainda, que o não pagamento pode acarretar na inscrição do nome dele na Dívida Ativa da União e no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Mas o local onde o ex-prefeito se encontra atualmente não é incerto. Ele foi sepultado no cemitério de Alto Paraíso em 5 de setembro de 2010. A cerimônia foi marcada por muita comoção na cidade e acompanhada por cerca de 2 mil pessoas. Filiado ao PSDB, Rinco era político influente na região da Chapada dos Veadeiros.
Morto a tiros
Divaldo, que foi eleito prefeito de Alto Paraíso por três vezes, é irmão do atual prefeito, Marcus Adilson Rinco (DEM). O ex-prefeito foi atingido por três tiros nas costas, disparados por um adversário político, no dia 2 de setembro de 2010.
Ele estava em um bar, conversando sobre assuntos políticos com outras três pessoas. Ao deixar o local, ele foi chamado, já do lado de fora, por Ary da Abadia Garcez. Assim que os dois terminaram de conversar e Divaldo virou as costas, ele foi atingido pelos disparos.
A investigação feita à época apontou a rixa política entre os dois como motivação do crime. Os dois estavam em lados opostos na eleição de 2010 e o crime teria sido cometido por causa de divergências entre os candidatos que um e outro apoiavam para o cargo de deputado federal, em Goiás.
Ary da Abadia foi condenado a 19 anos de prisão, em julho de 2017. Divaldo já havia sido vereador da cidade, também. Ele era natural de Espírito Santo do Pinhal (SP) e mudou-se com a família para o nordeste goiano, ainda criança, em 1964. (Metrópoles)