O Ministério Público do Amazonas (MPAM) ajuizou uma ação civil pública (ACP) contra a empresa Agro Rio Comércio e Serviços de Resíduos Reciclados Ltda., responsável por uma granja de suínos localizada na zona rural de Manaus. A medida foi tomada após a constatação de graves infrações sanitárias que, segundo o órgão, colocam em risco direto a saúde dos consumidores.

A ação é conduzida pela 52ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa do Consumidor (Prodecon) e tem como base o Inquérito Civil n° 06.2021.00000712-7. O MPAM sustenta que, mesmo após sucessivas fiscalizações e notificações, a empresa não corrigiu irregularidades apontadas por órgãos ambientais e sanitários.

Relatórios da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), da Vigilância Sanitária Municipal (Visa Manaus) e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) revelaram um cenário alarmante na granja:

  • Suínos doentes, com ferimentos, doenças de pele, caquexia (emagrecimento extremo) e sinais de canibalismo;
  • Presença de baratas em áreas de preparo de alimentos para os animais;
  • Ambiente físico inadequado, inclusive nos setores de maternidade e enfermaria animal;
  • Armazenamento irregular de medicamentos veterinários, com comprometimento da eficácia;
  • Ausência de controle da qualidade da água utilizada no local.

Além disso, foi constatado que a empresa está sem licença de operação desde 23 de dezembro de 2023.

⚖️ Medidas solicitadas pelo MP

Diante da situação, o Ministério Público pediu à Justiça:

  • A suspensão imediata das atividades da granja até a regularização das licenças e das condições sanitárias;
  • A dissolução da pessoa jurídica caso a empresa não se adeque às exigências legais;
  • A cassação definitiva da licença de funcionamento, com base no artigo 51 do Código Civil.

“A saúde do consumidor deve prevalecer sobre qualquer atividade econômica que represente risco à vida e à integridade física da população”, afirmou o promotor de Justiça Lincoln Alencar de Queiroz, titular da 52ª Prodecon.

A ACP tramita na Vara Cível da Comarca de Manaus, e o MP-AM afirmou que seguirá acompanhando o caso para garantir o cumprimento das normas sanitárias e a proteção efetiva dos consumidores.

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