Após mais de dois anos de investigação do Ministério Público do Rio, o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia se dá no âmbito do Caso Queiroz, como ficou conhecido o processo das “rachadinhas” supostamente praticadas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. 

Além dele, foram denunciados 15 ex-assessores do senador e também o ex-policial Fabrício Queiroz, que está em prisão domiciliar.

A denúncia tem relação com as investigações, que já duram mais de dois anos, sobre o esquema de rachadinhas que supostamente operava em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual. O esquema consistiria em se apropriar dos salários de assessores, pagos com dinheiro público, e lavar esses recursos através de uma organização criminosa. Segundo as investigações, o senador lavaria esse dinheiro através da compra de imóveis e também por meio de uma franquia de uma loja de chocolates. O filho do presidente é apontado pelo MP como líder da organização criminosa e Queiroz, por sua vez, como operador do esquema de corrupção.

As investigações do MP apontam que os ex-funcionários do então deputado estadual depositaram ao longo dos 11 anos R$ 2,06 milhões na conta bancária de Queiroz, sendo a maior parte em dinheiro vivo. Além disso, a suposta organização criminosa apontada na denúncia teria sacado R$ 2,9 milhões em espécie ao longo desse período.

O MP ajuizou a denúncia ainda em outubro mas, como o desembargador relator do caso estava de férias, a peça só pode ser oficializada nesta terça-feira (3).

Caso a Justiça aceite a denúncia contra Flávio Bolsonaro, ele e seus ex-assessores se tornarão réus. O parlamentar, agora, será notificado e terá que oferecer resposta no prazo de 15 dias. O recebimento da denúncia por parte da Justiça se dará após a manifestação do senador.

Os nomes dos ex-funcionários denunciados não foram revelados. Até o momento, o filho do presidente não se pronunciou sobre a denúncia.

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