Há cerca de 60 dias o governador interino David Almeida (PSD) anunciou em coletiva a imprensa que iria zerar as filas de espera para exames médicos nas redes estadual e disse que a saúde é prioridade em sua administração, mas ao que parece a promessa ainda não foi cumprida.  A prova disso é a recomendação enviado a ele e ao titular da Susam, Vander Alves, pela promotora Silvana Nobre, da 58ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública (58ª PRODHSP), que pede que o estado acabe com a fila de espera por cirurgias no Hospital Francisca Mendes, e exige respostas, num prazo de dez dias, para as demandas elencadas.

A demanda reprimida de pacientes infantis cardiopatas totaliza hoje 142 crianças que aguardam por cirurgia cardíaca, 16 pacientes ‘externos’ (recém-nascidos internados em outros hospitais) que aguardam por transferência para o Hospital Universitário Francisca Mendes para passar por cirurgia, 146 pacientes aguardam pelos procedimentos de angiotomografia e cateterismo. Além disso, há 21 pacientes na fila para cirurgia cardíaca por prioridade (ambulatório) e outros 15 internados na cardiopediatria do hospital Universitário.

O MP aponta na recomendação direcionada ao Secretário estadual de Saúde deficiências no serviço, dos 11 leitos de UTI pediátrica do Hospital Francisca Mendes, o único que realiza as cirurgias na rede pública, somente 8 se encontram em pleno funcionamento.

Outro ponto é o de que o Governo do Estado libera recursos para a realização de apenas 12 procedimentos cirúrgicos cardiovasculares por mês para crianças e adultos. Também faltam equipamentos e técnicos de enfermagem para ampliar a capacidade de atendimento.

Entre os pontos da Recomendação, o Ministério Público pede a ampliação do serviço cirúrgico de pacientes cardiopatas do Hospital Universitário Francisca Mendes, com o aumento da cota mensal de procedimentos, a fim de que a demanda reprimida seja atendida no menor tempo possível; equipe as três salas de UTI que se encontram inoperantes no Hospital, atentando que os pacientes recém-nascidos e pediátricos necessitam de máquinas específicas; e solicita ao governador Davi Almeida, a nomeação de 4 técnicos de enfermagem(servidores efetivos) para o Hospital Universitário Francisca Mendes, a fim de evitar a terceirização da atividade fim.

A Promotora de Justiça Silvana Nobre, que assina as Recomendações, também solicita a integração da fila de espera dos procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais do Hospital Francisca Mendes no Sistema de Regulação, tornando-a transparente e passível de controle social.

Ante a urgência de providências que o caso demanda, o MP-AM requereu ainda, que sejam encaminhadas informações por escrito e fundamentadas, até o próximo dia 31 de julho, relativas às providências adotadas para dar cumprimento às duas Recomendações, ressalvando-se que o não atendimento ensejará medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis.

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