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O Ministério Público do Amazonas (MPAM) entrou com um recurso para reverter a decisão da Justiça que concedeu liberdade provisória ao colombiano Juan Carlos Urriola, preso em flagrante por tráfico de drogas durante uma operação policial. O suspeito foi detido na última terça-feira (25/02) em Santa Isabel do Rio Negro, onde agentes apreenderam 1,3 tonelada de maconha tipo skunk, carga avaliada em aproximadamente R$ 20 milhões.
A operação, coordenada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Amazonas, faz parte de um conjunto de ações voltadas ao combate ao tráfico internacional de entorpecentes na região de fronteira. Mesmo diante da expressiva quantidade de droga apreendida, o juiz Túlio de Oliveira Dorinho concedeu liberdade ao suspeito, considerando a ausência de antecedentes criminais.
MP contesta decisão e pede prisão preventiva
Durante a audiência de custódia realizada no Fórum Ministro Henoch Reis, o MPAM solicitou a prisão preventiva de Urriola, argumentando que a quantidade de entorpecentes apreendida evidenciava um esquema de tráfico estruturado e que o suspeito, sem residência fixa no Brasil, representava risco de fuga. No entanto, a solicitação foi negada.
Diante disso, o promotor de Justiça Marcelo Augusto Silva de Almeida ingressou com um recurso no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), pedindo a revogação da liberdade provisória e a decretação da prisão preventiva do colombiano.
“O Ministério Público entende que a soltura do investigado, considerando a grande quantidade de drogas apreendidas, compromete a ordem pública e a credibilidade do sistema de Justiça”, destacou o promotor.
O recurso foi formalizado no sistema SAJ-MP na manhã deste sábado (1º de março).
Apreensão milionária e investigações em andamento
A prisão de Juan Carlos Urriola ocorreu durante a Operação Fronteira Mais Segura/Operação Protetor AM, ação que contou com o apoio do Departamento de Polícia do Interior (DPI), da Delegacia Fluvial (Deflu) e da 76ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP).
O entorpecente estava armazenado em uma área de mata no município de Santa Isabel do Rio Negro, localizado a 630 quilômetros de Manaus. A carga milionária apreendida representa um duro golpe contra o crime organizado na região.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos na rede de tráfico. “A ação ocorreu em uma área de difícil acesso, exigindo grande esforço da equipe. O trabalho dos investigadores, escrivães e delegados tem sido fundamental para desarticular esquemas criminosos e reforçar a segurança da população”, ressaltou o delegado-geral da Polícia Civil.
O recurso do MPAM agora aguarda análise do Tribunal de Justiça do Amazonas, que deverá decidir sobre a manutenção ou revogação da liberdade concedida ao suspeito.