O indigenista Bruno Pereira à esquerda e o jornalista Dom Phillips à direita

Um ano após os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na região do Vale do Javari (AM), o Ministério Público Federal (MPF) atua em três frentes para garantir a condenação de todos os envolvidos no duplo homicídio.

Além da ação penal contra os executores  do crime e  mais duas denúncias – uma delas já com condenação em primeira instância – existem dois inquéritos que buscam identificar se mais pessoas agiram para esconder os corpos das vítimas em área de difícil acesso no município de Atalaia do Norte e se houve mandantes das mortes.
 
 Atualmente, o processo está em fase de instrução. Os três acusados já foram interrogados, mas serão ouvidos novamente, uma vez que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) autorizou a oitiva de mais testemunhas.  

No MPF, cinco procuradores trabalham no caso.

Cronologia do crime

5 de junho de 2022 – O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips são dados como desaparecidos no Vale do Javari (AM)

6 de junho de 2022 – MPF em Tabatinga (AM) entra em contato com Polícia Federal, Marinha e outros órgãos para mobilizar efetivos para as buscas

6 de junho 2022 – MPF instaura notícia de fato para acompanhar o caso, pede instauração de inquérito policial e envia ofício a plataformas para obter informações sobre os últimos acessos de Bruno e Dom às redes sociais, como forma de ajudar nas buscas

8 de junho de 2022 – É preso o primeiro suspeito de envolvimento no crime, Amarildo da Costa Pereira, conhecido como “Pelado”

8 de junho de 2022 – MPF passa a fazer reuniões diárias com Marinha, Exército, Polícia Federal, Bombeiros e outros órgãos para acompanhar o trabalho e prestar contas dos resultados das buscas do dia

12 de junho de 2022 – Equipes encontram pertences de Bruno e Dom na floresta; MPF acompanha in loco a coleta do material

15 de junho de 2022 – Os restos mortais do indigenista e do jornalista são localizados

15 de junho de 2022 – MPF acompanha todas as medidas processuais (busca e apreensão) solicitadas pelo MP Estadual à Justiça, uma vez que, naquela ocasião, o caso ainda tramitava na esfera estadual

15 de junho de 2022 – Justiça determina a prisão do segundo suspeito de envolvimento no caso: Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”)

18 de junho de 2022 – Terceiro suspeito – Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha” – se entrega e é preso

19 de junho de 2022 – PGR e coordenadores das Câmaras Criminal e de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais visitam Tabatinga, onde participam de reuniões e acompanham o trabalho de apuração dos crimes

21 de junho de 2022 – PGR envia ofícios a ministros e ao governador do Amazonas pedindo mais segurança no Vale do Javari (AM)

8 de julho de 2022 – Caso é transferido para a Justiça Federal já que o crime tem relação com o trabalho de Bruno Pereira na defesa dos povos indígenas

14 de julho de 2022 – Por determinação do PGR, quatro procuradores do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri do MPF passam a atuar em conjunto com a procuradora da República responsável pelo caso

21 de julho de 2022 – MPF denuncia três pessoas pelos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, menos de dois meses depois dos crimes

22 de julho de 2022 – Justiça Federal recebe a denúncia do MPF, instaurando ação penal contra as três pessoas apontadas como executoras dos crimes

29 de setembro de 2022 – MPF oferece denúncia em processo que apura associação criminosa no caso da pesca predatória no Vale do Javari (AM) contra Colômbia, um dos suspeitos de envolvimento nos crimes, e outras pessoas

12 de dezembro de 2022 – Colômbia é condenado por uso de documento falso, em desdobramento das investigações do caso Bruno e Dom

20 março de 2023 – Início da instrução processual da ação penal contra os supostos executores dos crimes, com realização de audiências

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