A empresária que foi espancada por um policial militar no Riacho Fundo I (Distrito Federal), por causa de uma dívida em dinheiro, não está conseguindo comer e nem entrar no escritório onde o fato aconteceu, segundo a advogada da vítima, Anna Carolina Barros Regatieri. Segundo a defensora, a vítima tem dificuldades em engolir por causa de um golpe de enforcamento aplicado nela pelo agressor. As informações são de R7.

“Ela está muito abalada, com o corpo todo dolorido. Disse que não estava conseguindo engolir os alimentos. Mesmo não citando nomes, quem já foi no escritório dela sabe que é ela (quem sofreu as agressões). Tem muita gente procurando. A condição de vítima não é uma coisa boa. Principalmente para ela. Teve que contar para a família, preparar a mãe, que é idosa. Ela é uma pessoa forte. Ela olha o rosto das pessoas, resolve os próprios problemas”, afirmou a advogada.

A defensora vai fazer uma representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A intenção é que o MP acompanhe o caso e fiscalize as investigações e as possíveis medidas e sanções tomadas contra o agressor. 

“A ideia de jogar na imprensa foi minha. Eu percebi que ia ‘dar em pizza’. Que ele ia acabar não sendo punido pelo que fez. Eu pedi autorização [à vítima] e ela disse que não queria aparecer. Ela está em uma situação bem difícil. Disse que não teve coragem de subir [ao escritório] novamente”, relatou.

A agressão aconteceu na quarta (13) e foi filmado pelo circuito de segurança do escritório da empresária. A vítima teria uma dívida com a mulher do agressor. Ele foi até o local para cobrá-la e, segundo o relato da advogada, pegou dinheiro, pedras preciosas e outros pertences da vítima.

O receio, segundo  advogada, é que, apesar da gravidade das filmagens, o caso não vá a diante. “O MP é fiscal da lei, e tem uma promotoria que é responsável pela fiscalização da atuação dos policiais. Então, pretendemos formalizar a notícia do que aconteceu, para que o MP cobre, como fiscal da lei, as medidas que a instituição vai tomar contra esse policial, disse advogada. 

Dívida

A advogada destacou, ainda, que a dívida da vítima com a mulher do agressor estava em negociação. “Existia uma relação comercial entre as duas. Ela negociou com a mulher do policial. Já tinha pago uma parte da dívida e tinha expectativa de pagar outra parte em novembro e dezembro. Ela pediu uma reunião com minha cliente e ela se dispôs a atendê-la no escritório”, relatou.

Quem compareceu ao encontro, no entanto, foi o policial militar, que, segundo a advogada, começou a ofender a empresária. A vítima teria respondido que não conversaria com ele dessa forma e pediu que saísse. O policial começou a recolher dinheiro e pertences da mulher e ela o puxou pela blusa. Nesse momento, ele passou a agredi-la e apontou uma arma para o rosto da mulher.

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