A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), prendeu, nesta sexta-feira (15/11), a mulher acusada de aplicar um golpe milionário em dezenas de policiais e bombeiros endividados da capital. Graziela Coutinho Barreto (foto em destaque), 41 anos, aproveitou-se da proximidade com as categorias para fingir que teria facilidade de renegociar dívidas das vítimas com bancos públicos e privados.
A golpista é investigada pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro, que resultaram em um prejuízo estimado em quase R$ 3 milhões.
Graziela era considerada foragida desde junho deste ano. Ela foi localizada nesta sexta-feira escondida em um hotel de Taguatinga. Os policiais a conduziram para a 21ª Delegacia de Polícia.
Ela prometia reduzir em até 40% os valores de empréstimos consignados e financiamentos feitos por policiais civis e militares, além de praças do Corpo de Bombeiros. Pelo menos três inquéritos instaurados na PCDF apuram casos em que clientes da golpista amargaram em prejuízo.
A coluna apurou que Grazi, como era conhecida, se separou do então companheiro, um escrivão aposentado da PCDF, logo após a notícia dos golpes virem à tona em junho deste ano. Em seguida, ela não foi mais vista na capital do país.
O caso
Articulada, a golpista montou um grupo no WhatsApp e adicionou vários agentes aposentados e da ativa que estavam endividados.
Ela ganhou a confiança dessas pessoas e garantiu que “conhecia caminhos” para reduzir dívidas em até 40% contraídas por meio de direitos creditórios, espécie de títulos originados por contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias ou serviços.
Com os contracheques estrangulados pelos juros de empréstimos consignados e financiamentos, dezenas de servidores das forças de segurança confiaram na estelionatária.
A golpista simulava a contratação de um escritório de advocacia – que forjava suposta negociação com os bancos para a redução das dívidas contraídas pelos integrantes do grupo de WhatsApp criado pela picareta.
Para tanto, os servidores deveriam fazer novos empréstimos a fim de pagar pelos serviços prestados pela suposta empresa, que jamais eram realizados.
Dívida de R$ 800 mil
Em um dos casos, uma policial amargou rombo de R$ 817 mil em suas contas após ser enrolada pela golpista. A servidora devia ao banco pouco mais de R$ 110 mil e, segundo a golpista, a dívida poderia cair para cerca de R$ 70 mil caso elas fechassem negócio. Para a “mágica” acontecer, a policial deveria pagar 20% sobre o valor total da dívida e dividir o restante em 10 vezes, montante que deveria ser pago ao suposto escritório de advocacia.
A policial transferiu pouco mais de R$ 18 mil para a mulher e passou a depositar na conta da golpista, do marido dela e da filha do casal os valores que deveriam ser repassados ao escritório de advocacia para o pagamento da dívida. A policial foi orientada a fazer novos empréstimos junto a quatro bancos para acelerar o processo de quitação.
A vítima percebeu o golpe quando começou a receber notificações de tribunais federais provocadas pelas instituições financeiras que cobravam dívidas. Quando era questionada, a golpista afirmava que os advogados estavam tratando do caso e que os valores seriam renegociados. No entanto, as dívidas se tornaram uma bola de neve. Ao todo, a policial chegou a transferir R$ 258 mil para a estelionatária como forma de tentar abater a dívida com os bancos.
Após uma série de tentativas, tanto a policial quanto os outros servidores de diferentes forças de segurança não conseguiram mais entrar em contato com a estelionatária, que deixou de atender às ligações e responder às mensagens. Com informações de Metrópoles.