
No Dia Internacional da Mulher, centenas de mulheres tomaram as ruas do centro histórico de Manaus em um ato de resistência e solidariedade. Sob o tema “Mulheres em defesa da Democracia: sem golpe, sem anistia e sem misoginia”, o protesto organizado pelo Fórum Permanente das Mulheres de Manaus reuniu manifestantes determinadas a dar voz às questões que afetam as mulheres na sociedade atual.
Entre as principais demandas do grupo estava o fim da violência doméstica, que continua a assombrar milhares de mulheres no estado do Amazonas. Dados alarmantes revelaram que somente em 2023, 36.526 mulheres foram vítimas desse tipo de violência na região, ressaltando a urgência de medidas eficazes para proteger e empoderar as mulheres.
A caminhada teve como ponto de partida a Praça da Matriz e percorreu as avenidas Sete de Setembro e Eduardo Ribeiro, culminando no Largo de São Sebastião. Durante o trajeto, as manifestantes prestaram homenagem às vítimas de feminicídio, como a artista venezuelana Julieta Ines Martinez, cuja vida foi brutalmente interrompida enquanto divulgava sua arte circense pelo Brasil.
Além de denunciar a violência contra as mulheres, o protesto destacou a importância da equidade salarial, da valorização financeira feminina e da redução da pobreza que afeta a maioria das mulheres brasileiras. A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, enfatizou a necessidade de avançar na garantia dos direitos das mulheres, mesmo diante dos desafios existentes.

“É uma luta constante para as mulheres garantirem seus direitos, mais crédito, mais educação, mais saúde. Nós marchamos porque queremos mais direitos, marchamos pelo direito ao nosso corpo. As mulheres na Amazônia gritam e clamam pela sobrevivência. As mulheres no Amazonas pedem socorro”, afirmou Anne Moura.
Além das demandas imediatas por segurança e igualdade, as manifestantes também reivindicaram a instalação da Casa da Mulher Brasileira em Manaus, um espaço de acolhimento e suporte para mulheres em situação de violência doméstica. A luta por uma representação política mais equitativa também esteve presente, com a denúncia da baixa presença de mulheres nos cargos de poder.
“Queremos mais igualdade. E isso não é contra os homens. Queremos que eles somem com a gente nessa luta. E respeitem nossos corpos. Queremos ser respeitadas por nossos direitos e nossas trajetórias. Vamos marchar com solidariedade, ternura e de forma coletiva. Não precisamos masculinizar a política mais do que ela já está. Queremos as mulheres como protagonistas”, clamou Anne Moura.










