O ex-governador de São Paulo João Doria afirmou que irá votar nulo no segundo turno da disputa para a Presidência da República e não apoiará nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
“[Não vou] nem de Lula, nem de Bolsonaro”, disse Doria em entrevista ao UOL News. “O meu voto será o da neutralidade. Meu voto será nulo. Não faço ataques nem a um lado, nem ao outro.”
O tucano afirmou que o PSDB deve anunciar apoio para o segundo turno do pleito ainda nesta terça-feira (4/10). “Tenho a impressão de que o partido vai liberar, nos seus estados, a decisão de cada filiado para que, localmente, possa-se instruir seu voto.”
Sobre as críticas feitas ao governo Bolsonaro enquanto era governador de São Paulo, Doria reforçou que as mantém até hoje. “Reafirmo as críticas que fiz a Bolsonaro e as mantenho integralmente. Não mudei a minha posição em relação àquilo que de mal fez o governo Bolsonaro, e não foi apenas no tema da saúde, mas também no âmbito econômico e social. É um governo errático em praticamente todas as suas áreas”, disse.
O ex-governador acrescentou que também possui visão crítica em relação aos mandatos de Lula, “em relação à falta de comportamento moral e de lisura no tratamento do dinheiro público”. “Por isso que a minha posição é de neutralidade neste momento.”
2º turno
No primeiro turno da disputa, a diferença entre Lula, com 48,4% dos votos válidos, e Bolsonaro, que marcou 43,2% do total, foi de 5,2 pontos.
A campanha à Presidência da República teve o seu reinício a partir das 17h desta segunda-feira (3/10), após um primeiro turno polarizado. Com a confirmação das apurações, o relógio começa a contar 28 dias até o segundo turno.
No sistema eleitoral brasileiro, para um candidato ser eleito presidente ou vice-presidente da República; governador e vice; prefeito ou vice de um município com mais de 200 mil eleitores, não basta que obtenha mais votos do que os seus concorrentes no primeiro dia das eleições.
O que garante a vitória para o cargo é o critério de maioria absoluta – ou seja, o candidato tem que obter mais da metade dos votos válidos (excluídos votos em branco e nulos).