Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo que a gestão petista pode caminhar para o fracasso. Lira questionou a tentativa do Planalto de atrelar a reforma ministerial ao apoio político para as eleições de 2026, alertando que ninguém quer se associar a um governo enfraquecido.
“Ninguém vai embarcar num navio que vai naufragar sabendo que vai naufragar”, afirmou Lira, em tom de alerta.
Lira enfatizou que a simples troca de ministros não será suficiente para reverter o desgaste político do governo. Segundo ele, o problema central não está na distribuição de cargos, mas na falta de credibilidade econômica e na deficiente articulação política do Planalto.
O presidente da Câmara também criticou a política econômica do governo, acusando a gestão petista de ganhar a “fama de taxador” devido às tentativas de aumentar a arrecadação. Apesar de ter atuado ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na reforma tributária, Lira agora se distancia do governo, reforçando que o Congresso não aprovará novas medidas que impliquem aumento de impostos.
“Esse governo está com fama de taxador, de arrecadador. Uma sanha arrecadatória, sem limite de despesa”, acusou.
Tensão entre Congresso e governo Lula
As críticas de Lira agravam o clima de instabilidade entre o Congresso e o governo, que enfrenta dificuldades para consolidar sua base de apoio. Nos bastidores, cresce o descontentamento entre os partidos do Centrão, que cobram maior participação no governo e criticam a condução política do Planalto.
Além das questões políticas e econômicas, Lira também expressou preocupação com uma suposta ingerência do Judiciário sobre o Congresso, especialmente no que diz respeito às investigações sobre emendas parlamentares. O parlamentar alertou que o governo precisa agir rapidamente para evitar uma crise institucional que possa paralisar o país.
Diante desse cenário, o embate entre Arthur Lira e o governo Lula se intensifica, tornando ainda mais desafiadora a governabilidade nos próximos anos. A queda de braço entre Executivo e Legislativo promete fortes emoções na política brasileira.