O presidente da cooperativa da categoria, Venício José, anunciou que a nova paralisação ocorrerá no trecho entre a bola do São José e a bola do Armando Mendes. (Montagem: Fato Amazônico)

Os motoristas de transporte alternativo, conhecidos como “amarelinhos”, anunciaram uma nova paralisação para esta terça-feira (19), a partir das 4h30 da madrugada. O protesto deve se concentrar no trecho entre a bola do São José e a bola do Armando Mendes, impactando diretamente as rotas que levam trabalhadores ao Distrito Industrial de Manaus.

De acordo com Venício José, presidente da cooperativa que representa a categoria, a decisão ocorre devido ao atraso no pagamento de subsídios relacionados à gratuidade estudantil, repasse gerenciado pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE). O subsídio, fruto de um convênio entre Prefeitura de Manaus (30%) e Governo do Estado (70%), está em atraso desde julho, acumulando uma dívida de R$ 40 milhões.

Venício destacou que, sem o repasse, os micro-ônibus não têm recursos para operar, devido à falta de dinheiro para combustível e manutenção. “A realidade é que não vão pagar a gente. Não atenderam nem a gente nem nossos advogados. Em outras palavras, não tem dinheiro”, desabafou o presidente da cooperativa.

O montante anual de R$ 120 milhões, dividido em seis parcelas de R$ 20 milhões, é destinado a todo o sistema de transporte coletivo. Desse total, R$ 6 milhões são direcionados aos “amarelinhos”. O representante jurídico da categoria, Íkaro Amore, afirmou que os pagamentos estão em atraso há duas parcelas, correspondentes aos meses de julho/agosto e setembro/outubro.

Apesar de tentativas de diálogo com a UGPE, Venício relata que não houve avanços nas negociações. “Há 30 dias tentamos contato com o órgão para entender o motivo do atraso e a previsão de pagamento. Na última quinta-feira (14), fomos até lá, mas sequer fomos atendidos”, explicou.

Protestos e impacto no Distrito Industrial

Nesta segunda-feira (18), os motoristas já haviam realizado uma manifestação em frente à sede do Governo do Amazonas, na Compensa, cobrando o pagamento do subsídio. O protesto, que começou nas primeiras horas da manhã, teve concentração inicial na Avenida do Turismo e na Avenida Margarita, antes de seguir para a sede do governo.

Os trabalhadores prometem intensificar os atos até que sejam atendidos pelo Executivo estadual. “Nosso objetivo é parar o Distrito Industrial”, afirmou Venício. Ele reforçou que a paralisação foi comunicada previamente ao governo e ao Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU).

Reflexos na mobilidade urbana

A paralisação anunciada deverá causar grandes transtornos no transporte de trabalhadores ao Distrito Industrial, já que os ônibus particulares dependem das rotas operadas pelos “amarelinhos”. O impacto direto poderá ser sentido nas fábricas da região, que podem enfrentar dificuldades para manter suas operações.

A categoria mantém sua posição de que só retomará as atividades caso haja uma resposta concreta por parte do governo. Enquanto isso, o impasse continua, colocando em evidência a crise no sistema de transporte coletivo de Manaus.

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