O São Paulo vive seus últimos momentos sob o comando o presidente Leco antes de saber em dezembro quem vai comandar o time pelos próximos três anos. O eleito, entre Júlio Casares e Roberto Natel, assume o clube em janeiro, ainda durante a atual temporada, que vai se esticar até fevereiro por causa da pandemia.  Três mudanças estão sendo tratadas nos bastidores: a demissão do técnico Fernando Diniz, o desligamento de Raí e o rompimento de contrato de Daniel Alves, cujo vínculo vai até dezembro de 2022. Nos bastidores, a ideia de perder os três profissionais é tratada com naturalidade, uma vez que nenhum comando muda para permanecer igual.

Nos corredores do Morumbi, Diniz teve sua chance, mostrou um trabalho ruim com as eliminações, mas obteve bons resultados em outubro e começo de novembro. Até a contratação de Ceni pelo Flamengo, o treinador era recusado pela torcida. O quadro mudou na última semana, mas isso não parece convencer os dois candidatos à presidência. O jogo com o Flamengo na quarta será importante caso o São Paulo não seja eliminado, mas poucos no clube acreditam que haverá título nesta temporada. Nem da Copa do Brasil nem do Brasileirão, as duas competições que a equipe está viva.

Raí vem de altos e baixos no comando do futebol. Já se mostrou muito incomodado com todos os setores do clube, da presidência até a torcida, passando pelos cardeais e Conselho. Sem exceção, todos já palpitarem sobre seu trabalho. Ele ganhou algumas batalhas, perdeu outras, mas vai terminar o mandato de Leco e depois sair. Sai desgastado, como qualquer membro da diretoria que não ganhou nada, mas não perde sua condição de ídolo, sobretudo pelas boas partidas e um pouco de alegria dada ao torcedor nessa reta final. Conseguir passar pelo Flamengo na Copa do Brasil seria uma façanha e tanto.

O caso mais delicado é de Daniel Alves. Ele já teria comentado sua decisão de não permanecer no clube, embora tenha contrato por mais dois anos. O São Paulo não moverá nenhuma pedra para convencê-lo a ficar. Seu salário é alto e está fora da realidade do clube. Estima-se que ganhe R$ 1,5 milhão. O valor desequilibra o elenco. Uma engenharia é feita mensalmente para bancar o valor, principalmente no ano que o dinheiro sumiu, assim como o público nos estádios. Há ainda uma avaliação não oficial no Morumbi de que o custo/benefício não foi bom. Daniel Alves sabe disso. Entende nas entrelinhas. Por isso ele não quer ficar. Vai discutir com o clube, com o novo presidente, a melhor maneira de sair. (Estadão)

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