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São Paulo — Letícia de Sousa Bezerra, a Loira do PCC, assumiu o controle das atividades criminosas de uma célula da maior facção criminosa do país, em 2020, na zona sul da capital paulista e parte do ABC e Grande São Paulo.
Um de seus parceiros de crime, Joelson da Silva, teve o celular apreendido pela polícia, em junho daquele ano.
A quebra do sigilo telemático do aparelho, atrelado ao grampo de números de criminosos — feito com autorização judicial — ajudou a polícia a constatar que essa célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentava, por mês, R$ 2,5 milhões — somente com a venda de drogas.
Ao grupo, do qual foram identificados e investigados 11 membros, também foram atribuídos roubos e, consequentemente, posse de armamento.
O lucro milionário do grupo liderado pela Loira consta em tabelas de contabilidade, encontradas no celular de Joelson, nas quais estavam relacionados os lucros de 29 “lojas” — como os criminosos chamam as bocas de fumo onde comercializam maconha, crack, cocaína, drogas K e lança-perfume.
Chamadas de “fexa da sul” (fechamento financeiro das bocas de fumo da zona sul paulistana), as planilhas indicam que somente uma das “biqueiras” — como também são chamadas as bocas de fumo — lucrou R$ 44.980, em apenas dois dias.
Joelson era parceiro de crime da Loira do PCC, com a qual ocupava o posto de liderança da região, aponta a investigação. Ele foi preso por roubo, ainda em 2020, fazendo com que a parceira de crime assumisse exclusivamente a chefia da célula da facção.
Como mostra relatório do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtido pelo Metrópoles, a Loira assumiu o controle de importantes pontos de venda de drogas na zona sul da cidade, além de cidades da região metropolitana, como Itapecerica e Taboão da Serra, além de São Bernardo do Campo (ABC).
A prisão da loira do PCC
- A loira do PCC foi presa pela Polícia Civil, nessa quarta-feira, em circunstâncias não especificadas.
- Ela estava em um imóvel, acompanhada de mais duas pessoas.
- Com os cabelos tingidos de preto, a criminosa chegou a chorar após o cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Justiça há cerca de dois anos, período durante o qual ela permaneceu foragida.
- As investigações mostram que a criminosa era a “sintonia”, ou seja principal liderança, no Sacomã, na capital paulista, além do bairro Taboão, em São Bernardo do Campo.
- Procurada por tráfico e associação ao tráfico, além de organização criminosa.
- Ela foi levada para o 37°DP (Campo Limpo), onde o caso foi registrado.
Tendo acesso à “Sintonia Final” da facção, como é chamado o departamento composto por chefes de extensas áreas, como estados, por exemplo, a Loira do PCC coordenava o comércio ilegal da facção por meio de mensagens e telefonemas, além de ter voz de decisão em eventuais punições — feitas por meio dos chamados “tribunais do crime”.
Com base nos diálogos, a polícia e a Promotoria paulista conseguiram convencer a Justiça a decretar a prisão da mulher, que ficou foragida por cerca de dois anos, até ser detida por policiais do 37º DP (Campo Limpo).