O juiz Manuel Amaro de Lima, 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus, determinou na última quarta-feira (2) o bloqueio de R$ 1,8 milhão da Editora Globo, em resposta a um pedido da rede de hospitais Samel. A ação faz parte de uma ofensiva judicial que a empresa move contra O GLOBO, que a partir de abril de 2021 publicou no blog da colunista Malu Gaspar uma série de reportagens revelando indícios de fraude e violações éticas em um ensaio clínico com a droga proxalutamida em doentes de Covid-19, realizado em unidades da Samel e outros hospitais amazonenses.
Com a decisão, O Globo já acumula quatro derrotas para a Samel , dirigida por Luis Alberto Nicolau. Em agosto, a justiça determinou a retirada de três reportagens sobre o caso do site do jornal. Depois, em outubro, a retirada de todas as matérias sobre as suspeitas entorno da proxalutamida e a publicação de um direito de resposta no site do jornal, publicado na íntegra no blog, mesmo espaço em que as reportagens foram veiculadas.
Além do bloqueio de R$ 1,8 milhã O Globo foi condenado, também, a republicar de direito de resposta sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O grupo Samel pediu, inclusive, a prisão do diretor de Redação do jornal, Alan Gripp, e de Malu Gaspar, assim como a apreensão do passaporte e da carteira de habilitação dos jornalistas, mas não foi atendido.
De acordo com O Globo, edição de sábado, 05, a proxalutamida utilizado no estudo clínico é um bloqueador hormonal sintético desenvolvido na China, testado contra o câncer de próstata. Ainda segundo O Globo, o produto nunca foi usado em escala comercial e ainda não tem eficácia comprovada contra nenhuma doença, o que resultou na abertura de investigações pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CNEP, vinculada ao Ministério da Saúde), pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal e pelo Ministério Público Federal do Amazonas.
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