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O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, quarta-feira, 30, durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foi cometido por vingança, por um “caboclo humilhado” por um servidor público (ver vídeo).

Omar Aziz ainda declarou que os pescadores da região em que o crime aconteceu são pobres e pescam ilegalmente para sobreviver.

A declaração do senador foi dada no momento em que se discutia a liberação do porte de armas para trabalhadores de órgãos como a Funai e o ICMBio.

“Existe uma versão dada nacionalmente que, infelizmente, duas pessoas foram a óbito, em uma ação que falaram que era narcotráfico, não sei o quê, e não era nada disso. Era um caboclo que foi humilhado por um funcionário na frente dos filhos. Colocaram fogo na rede e tudo mais, e ele esperou o momento para se vingar. Infelizmente estava ele e o jornalista nesta canoa”, afirmou o senador do Amazonas.

Familiares das vítimas repudiaram a fala de Omar Aziz que diverge das conclusões da Polícia Federal (ver nota).

Após divulgação da fala do senador, Omar Aziz pediu desculpas aos familiares das vítimas, que foi mal interpretado, mas contesta a versão da PF de que haveria uma organização criminosa por trás dos assassinatos.

“Por que a PF não diz qual é essa organização? O Amazonas todo [tem pesca ilegal], não é só lá. Quem assassinou o Bruno e o Dom tem que ser punido rigorosamente. Mas que, continuo dizendo para você, foi muito mais por vingança do que por envolvimento do narcotráfico”, declarou o senador.

De acordo com a investigação, Bruno foi morto a mando de uma organização criminosa que atuava com pesca ilegal e estava sendo prejudicada pelo servidor, que era servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O jornalista inglês acabou sendo morto como “queima de arquivo”, para não deixar testemunhas do crime.

O inquérito foi concluído cerca de dois meses após a substituição do delegado responsável pela investigação. Reportagem do Metrópoles, publicada em março, revelou que a apuração avançava sobre a ligação política do grupo envolvido na pesca ilegal, acusado de matar o indigenista e o jornalista.

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