Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Omar Aziz (PSD) e a ministra do Meio Ambiente, Maria Silva, tiveram embate acalorado nesta segunda-feira, 27, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

A discussão começou quando Omar Aziz criticou a conduta de Marina à frente da pasta e os dados apresentados por ela.

Omar Aziz fez uma série de advertências à Marina Silva, afirmando que o Congresso aprovaria novas regras de licenciamento a contragosto da ministra. “Se essas coisas não andarem, a senhora terá responsabilidade”, disse Omar Aziz.

Marina Silva disse que faz o seu “trabalho com base naquilo que está na lei e nas futuras gerações”.

Omar Aziz rebateu a ministra, afirmando que ela estaria “atrapalhando” o desenvolvimento do Brasil.

“A senhora não é mais ética do que ninguém. A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do nosso país. Tem mais de 5 mil obras paradas no Brasil”, afirmou Omar Aziz.

Em outro momento, o senador ainda acusou Marina Silva de se vitimizar e apresentar dados ambientais “falsos” sobre obras do país.

Nem tudo, todavia, terminou por aí. No auge acalorado dos debates, Omar não acusou diretamente Marina Silva pela morte de 15 mil pessoas por falta de oxigênio em Manaus nos tempos do Covid-19, mas lembrou, indignado, que os entraves que impedem a pavimentação da BR-319 mataram, inclusive, o seu irmão e muitos amigo.

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Plínio Valério

O senador Plínio Valério (PSDB), que nunca escondeu sua rivalidade com Marina, pôs mais lenha na fogueira. Com discurso carregado de preconceito, dirigiu-se à ela e disse que que “a mulher merece respeito e a ministra, não”.

Marina Silva exigiu retratação, não recebeu, e deixou a audiência sob protesto. Ao sair, reafirmou: “Sou uma mulher de luta e de paz. Mas, nunca vou abrir mão da luta.”

Momentos antes de discutir com o líder do PSDB no Senado, a ministra Marina Silva já havia se desentendido com o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO).

O embate com o senador Plínio Valério (PSDB-AM) teve início assim que ele passou a fazer uso da palavra para inquiri-la. “Ministra, que bom reencontrá-la. E ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra. Eu não estou falando com a mulher. Estou falando com a ministra”, afirmou o parlamentar.

Com o microfone ainda desligado, Marina reagiu prontamente: “Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas.”

Valério então declarou: “Porque a mulher merece respeito, a ministra, não.” A fala do tucano gerou imediata reação dos demais senadores presentes, que exigiram respeito no ambiente da comissão.

Na sequência, Marina relembrou uma declaração feita por Plínio Valério em março, quando o senador afirmou que tinha vontade de enforcá-la. À época, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu a ministra e classificou a fala como “muito infeliz”.

“Foi o senhor que disse que queria me enforcar. O senhor mesmo”, reforçou Marina durante a audiência.

Apesar da tentativa de mediação por parte do presidente da comissão, o clima permaneceu tenso. Marina insistiu na cobrança de retratação, e Marcos Rogério chegou a acusá-la de provocar o colega senador.

“Como fui convidada na condição de ministra, ou ele [Plínio Valério] me pede desculpas, ou eu me retiro. Se ele não me respeita enquanto ministra, eu não permaneço. Peça desculpas e eu fico. Caso contrário, estou indo embora”, afirmou Marina.

Valério tentou justificar-se, dizendo não ter “nada contra mulheres”, mas não conseguiu convencer a ministra, que continuou exigindo respeito institucional.

“Fui convidada como ministra e devo ser tratada como tal. Eu me retiro porque não fui convidada por ser mulher”, disse Marina, levantando-se e encerrando sua participação na audiência.

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