Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

O relatório divulgado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), nesta terça-feira (29/7), afirma que a fome na Faixa de Gaza alcançou a fase 5, o nível mais alto da Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC), usada por órgãos ligados à ONU para medir crises alimentares.

Segundo o divulgado pela FAO a situação no território palestino é de catástrofe humanitária para pelo menos 500 mil pessoas — um quarto da população local estimada em 2 milhões.

“Crescentes evidências mostram que a fome generalizada, a desnutrição e as doenças estão provocando um aumento nas mortes relacionadas à fome”, alerta o relatório da ONU.

 

Conforme os dados mais recentes, os limiares de fome foram superados em boa parte da Faixa de Gaza, com destaque para a capital, Cidade de Gaza, onde a desnutrição aguda chegou a 16,5% em julho.

Esse percentual ultrapassa os critérios que definem a fase 5 da IPC, caracterizada por:

  • Falta extrema de alimentos em pelo menos 20% das famílias;
  • Desnutrição aguda grave em 30% das crianças ou 15% da população com rápido agravamento das condições básicas;
  • Mortalidade elevada, com ao menos duas mortes não relacionadas a combate para cada 10 mil pessoas por dia.

Cenário de colapso

A análise da FAO classifica a situação atual como a mais severa já registrada no território desde o início da guerra, em outubro de 2023.

Segundo o órgão, toda a população de Gaza enfrenta níveis alarmantes de insegurança alimentar aguda, com meio milhão de pessoas em risco direto de inanição, miséria e morte.

O colapso dos serviços de saúde, a escassez de água potável e o bloqueio de insumos básicos agravam o quadro de insegurança alimentar e sanitária no território.

A ONU classifica Gaza como um território em colapso e cobra a criação de um corredor humanitário seguro e sustentável para evitar que a crise evolua para um genocídio por fome.

Após críticas de organismos internacionais sobre o bloqueio à entrada de ajuda humanitária, o governo de Israel autorizou na última sexta-feira (25/7) a retomada da entrega de alimentos por via aérea.

ONGs e agências da ONU afirmam que a operação da ajuda é sistematicamente boicotada por Israel, que por sua vez acusa o grupo Hamas e a própria ONU de desorganizar a distribuição dos mantimentos.

Mais de 60 mil mortos

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas e cujos dados são utilizados pela ONU, ao menos 60 mil palestinos morreram desde o início da ofensiva militar de Israel, após os ataques de 7 de outubro de 2023.

A maioria das vítimas são civis, mulheres e crianças.

O conflito começou após o Hamas atacar o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando mais de 250 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva terrestre e aérea de grandes proporções, que já destruiu bairros inteiros e forçou deslocamentos em massa dentro da Faixa de Gaza.

Desnutrição infantil

Segundo dados da agência humanitária da ONU, uma em cada cinco crianças está desnutrida em Gaza.

O colapso dos serviços de saúde, a escassez de água potável e o bloqueio de insumos básicos agravam o quadro de insegurança alimentar e sanitária no território.

A ONU classifica Gaza como um território em colapso e cobra a criação de um corredor humanitário seguro e sustentável para evitar que a crise evolua para um genocídio por fome.

Com informações de Metrópoles.

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