Armamentos, munições e celulares apreendidos na operação “Militia”, que resultou na prisão de policiais e um perito suspeitos de crimes em Manaus

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a operação “Militia”, que investiga a atuação de uma suposta organização criminosa composta por policiais militares e um perito da Polícia Civil, suspeitos de integrar milícia e de cometer crimes como sequestro, roubo e extorsão em Manaus.

A operação foi coordenada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp) e resultou na prisão dos seguintes agentes: o tenente aposentado da Polícia Militar, Júlio de Almeida Lima Filho; o policial militar Alerson de Almeida Lima, lotado na 23ª Cicom; os militares Marcílio B. Pantoja, André Luiz Silva de Sá, Alijhone C. Gouveia e Augusto César V. Guimarães, todos integrantes da Força Tática; João Bosco de Assis Alves, da Cavalaria da PM; Elson Nascimento de Souza, do Comando de Policiamento de Área Sul (CPA/Sul); e Matheus Angiole Ferreira de Almeida, perito da Polícia Civil.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de prisão — oito preventivas contra PMs e uma temporária contra um perito criminal — e 16 mandados de busca e apreensão. As diligências foram realizadas nas residências dos investigados e no Batalhão da Força Tática da Polícia Militar, no bairro Praça 14, zona sul de Manaus.

Grupo é acusado de extorsão milionária

As investigações começaram após um sequestro ocorrido em fevereiro deste ano, no bairro Manoa, zona norte da capital, que foi gravado por populares e amplamente divulgado nas redes sociais. A partir do caso, a 60ª Proceapsp identificou outras duas vítimas que também teriam sido extorquidas pelo grupo. Segundo o MP, os valores exigidos das vítimas somam cerca de R$ 300 mil.

“Conseguimos levantar as ações do grupo e identificar os envolvidos. A apuração continua para localizar outros integrantes e novas vítimas”, declarou o promotor Armando Gurgel Maia, que conduz o caso.

As vítimas, segundo o MP, tinham vínculos com atividades ilegais ou eram familiares de pessoas envolvidas com o crime. O grupo usava essa condição para justificar a prática de extorsões, sequestros e a subtração de bens de valor, como joias, veículos e dinheiro em espécie.

Apreensão de armas e celulares

Durante a operação, foram apreendidos 14 pistolas, três fuzis, um revólver, um fuzil de airsoft, 653 munições, 14 celulares, três veículos e mais de R$ 10 mil em espécie. Todo o armamento será periciado e inserido no Banco Nacional de Balística para verificar eventual uso em homicídios.

“Acreditamos que outras vítimas possam surgir agora que os acusados foram presos. O Ministério Público está à disposição para receber denúncias e continuar apurando a atuação desse grupo”, reforçou o promotor.

Reação da PM

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, esteve presente na coletiva de imprensa e declarou apoio às investigações. “Desde o início, a PMAM está colaborando com o Ministério Público. Esses oito policiais não representam os mais de seis mil homens e mulheres da corporação”, afirmou.

A operação também contou com o suporte da Diretoria de Justiça e Disciplina da PM (DJD-PM), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil (Core-PC), do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).

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