Quatro policiais militares da 18ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram presos preventivamente na manhã deste sábado (14) durante a operação “Forja”, coordenada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). Os detidos foram identificados como o terceiro sargento Anderson Cavalcante Pereira, o cabo Renier Brito da Silveira, Kelison Mota Nogueira e o soldado Cristiano Pimentel Pereira. Eles são acusados de agressão e de forjar a prisão de um comerciante no bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Norte de Manaus, no início da semana.

A operação foi conduzida pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), com o suporte operacional do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (Caocrimo/MPAM), do Departamento de Justiça e Disciplina da Polícia Militar e do Comando da 18ª Cicom/CPA Norte.

As prisões preventivas foram autorizadas pelo juiz Fábio Lopes Alfaia, atendendo à solicitação do promotor Armando Gurgel, titular da 60ª Proceapsp. A decisão foi tomada após a divulgação de um vídeo que mostra os policiais abordando o comerciante dentro de um estabelecimento, onde ele estava sentado. Nas imagens, os PMs direcionam uma luz ao rosto da vítima, algemam-na, agridem-na e realizam a prisão sob a acusação de tráfico de drogas.

Segundo o Ministério Público, o boletim de ocorrência registrado pelos policiais alegava que o comerciante foi abordado em via pública portando entorpecentes e que, durante a ação, teria entregue mais drogas. No entanto, o vídeo contradiz essa versão, evidenciando uma prisão forjada.

“Os PMs alegaram que o comerciante foi preso por envolvimento em crimes, mas as circunstâncias da prisão, elucidadas pelo vídeo, não são as que foram descritas por eles. Foi uma ação forjada, onde foram praticados vários crimes. Houve desvio de conduta e excesso. Orientamos a população a fazer denúncias para que casos como esse não se repitam”, declarou o promotor Armando Gurgel.

Os policiais estão recolhidos no Batalhão da Polícia Militar e devem responder pelos crimes de extorsão, tráfico de drogas, falsidade ideológica, tortura e abuso de autoridade.

O caso segue sob investigação, e o Ministério Público reforça a importância de denúncias para combater práticas ilícitas e desvios de conduta por parte de agentes de segurança.

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