Lara Luiza Farias Castro Fernandes, diretora-geral da UPA José Rodrigues (no detalhe) foi presa temporariamente (Montagem: Fato Amazônico)

Na manhã desta quarta-feira (3), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) deflagrou a Operação Jogo Marcado, resultando na prisão temporária de três pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de fraude em processos licitatórios. Entre os presos estão Lara Luiza Farias Castro Fernandes, diretora-geral da UPA José Rodrigues, Giovana Antonieta, diretora financeira da mesma unidade, e o empresário Edmilson Sobreira.

Além das prisões, seis empresas foram alvo da ação do MP, todas suspeitas de estarem envolvidas no esquema fraudulento. As seis empresas são: E. de S. Cordovil; Alvo Air Tech Serviços de Limpeza e Comércio de Licitação Ltda; EDS Serviços e Comércio de Elétricos Eireli; J. S. Cordovil; R.V.M. Bastos e R da C. Silva Ltda. Algumas das empresas inclusive possuem como dono o empresário Ednelson Dantas Sobreira, que pelo sobrenome claramente é parente do preso temporário Edmilson Sobreira.

De acordo com o MP, Lara Luiza estava ciente das irregularidades e participou ativamente do esquema, que envolvia servidores públicos e um grupo familiar.

Em março deste ano, Lara Luiza Farias teve suas contas de 2022 reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, sendo multada em R$ 13.654,39 devido à submissão tardia da prestação de contas anual. As investigações do MP revelaram que todas as empresas vencedoras das licitações pertenciam a membros da mesma família, todos parentes diretos de Edmilson Sobreira, apontado como o líder do esquema.

“Todos tinham ligação familiar: esposa, primo, tio, tia, um conluio familiar… De cara foram identificadas seis empresas, todas relacionadas entre si e de familiares, sendo contratadas pela UPA por dispensa de licitação”, informou o promotor Ednaldo Aquino Medeiros. Ele acrescentou que os contratos eram “diluídos” em pagamentos de R$ 50 mil, totalizando cerca de R$ 2 milhões ao longo de mais de um ano.

“A maioria dos contratos eram de R$ 50 mil para justificar uma dispensa de licitação. Todavia, também existem os nomes de outras empresas na investigação. A amplitude vai depender do material apreendido hoje”, destacou o promotor.

Ao todo, 22 mandados de prisão, busca e apreensão e busca pessoal foram cumpridos em Manaus e em Curitiba, capital do Paraná. Mais detalhes serão divulgados em uma coletiva de imprensa na sede do Ministério Público.

Em Manaus, Operação Jogo Marcado do MP desmantela esquema de fraude em licitação em UPA

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