O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) aplicou R$ 4.405.900 em multas a quatro empresas envolvidas em crimes ambientais durante a Operação ‘Madeira Suja’, concluída nesta semana. A ação ocorreu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma e em empreendimentos madeireiros do município de Novo Aripuanã, a 227 quilômetros de Manaus, e teve como alvo práticas como extração e estocagem ilegal de madeira, descumprimento de licenças ambientais, obstrução da fiscalização e descarte irregular de resíduos.

Durante a operação, realizada em conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar, foram apreendidos cerca de 4.795 metros cúbicos de madeira sem origem comprovada. O volume inclui 736,4 m³ de madeira em tora, 178,1 m³ de madeira serrada e mais de 3 mil m³ de resíduos lenhosos destinados à geração de energia.

As multas individuais variam entre R$ 450 mil e R$ 2,55 milhões, de acordo com a gravidade das infrações. Duas das empresas foram autuadas pela ausência do Documento de Origem Florestal (DOF) e por estocagem irregular; outra por descumprir condicionantes ambientais, e a quarta — que recebeu a maior penalidade — foi responsabilizada por descarte irregular e queima de resíduos.

O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, destacou que a operação reforça o compromisso do órgão com o combate a crimes ambientais.

“A ‘Madeira Suja’ mostra nossa determinação em proteger a biodiversidade da RDS do Juma e garantir qualidade de vida às comunidades locais. Vamos seguir fiscalizando e atuando de forma integrada para recuperar áreas degradadas e promover o uso sustentável dos recursos naturais”, declarou.

A ação foi motivada por denúncias de moradores da Unidade de Conservação (UC), que alertaram a Secretaria do Meio Ambiente sobre irregularidades na região. O secretário da Sema, Eduardo Taveira, enfatizou a importância do trabalho em campo:

“Recebemos denúncias das populações tradicionais e articulamos a força-tarefa para garantir a escuta das comunidades e a proteção efetiva da unidade.”

As empresas autuadas tiveram suas atividades embargadas e só poderão retomar a operação após pagarem as multas, recuperarem as áreas degradadas e destinarem corretamente os resíduos.

O Ipaam também reforçou a importância da cooperação entre órgãos estaduais e federais, como Ibama, ICMBio e Polícia Federal, para a fiscalização ambiental no estado. A Operação ‘Madeira Suja’ reforça o papel estratégico da fiscalização permanente como ferramenta essencial para a preservação da floresta amazônica e o cumprimento da legislação ambiental.

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