Cumprida a etapa de anúncio dos indicados ao Oscar 2024, chegou o momento de especular sobre os favoritos a ganhar uma das estatuetas mais cobiçadas do cinema. E, há mais de um mês da premiação, um longa se comporta como o favoritaço: Oppenheimer.

A produção dirigida por Christopher Nolan recebeu 13 indicações – o maior número do Oscar 2024 –, incluindo a de Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Filme. O longa, que narra a história do físico e criador da bomba atômica, é apontado pelos críticos como o principal concorrente ao maior prêmio da noite.

A performance de Oppenheimer nas premiações ocorridas até o momento indica, de fato, o favoritismo. O filme ganhou como Melhor Filme Dramático no Globo de Ouro e no Critic’s Choise Awards. Além de emplacar vitórias em outras categorias, como as de atuação.

“Não tem como esperar outro resultado. Oppenheimer vai se consagrar como o grande campeão da temporada e arrisco que será uma zebra também se não ganhar como Melhor Direção. A indústria reconhece o Nolan como um cineasta que vem tentando emplacar grandes filmes há um tempo”, avalia Fabiana Lima, crítica de cinema associada a Critics Choice Association.

Vale lembrar que, ao longo da carreira, Christopher Nolan já foi indicado ao Oscar de Melhor Filme com Dunkirk e A Origem, porém, ainda não faturou a estatueta.

“Pouca coisa costuma mudar nesses 40 e poucos dias entre o anúncio das indicações e a premiação. Mas acontece. Basta lembrar de vencedores como Guerra ao Terror e Crash, que conquistaram votos de última hora de membros da Academia e viraram o jogo neste sprint final. Por ora, no entanto, nada aponta uma derrota de Oppenheimer ou a aparição de uma ameaça a ele”, pondera Felipe Moraes, crítico de cinema e editor no site SBT News.

Quais fatores justificam o favoritismo de Oppenheimer?

Além do triunfo em outras premiações e o ineditismo da conquista de Christopher Nolan, a temática também parece favorecer a uma vitória do longa. Filmes sobre guerras costumam ter boa aceitação da academia, sobretudo, quando relatam a trajetória de um “herói” americano.

“O Oscar só não ama mais filmes sobre guerras e personagens históricos do que produções – sobretudo autoelogiosas, claro – sobre o próprio cinema, Hollywood e a indústria de entretenimento. Sim, isso conta muito a favor de Nolan, ainda mais sendo ele um diretor querido pela indústria”, pondera Felipe.

Fabiana Lima concorda com a análise: “Existem alguns temas e gêneros que são beneficiados em relação a outros. A gente tem um filme que fala do Oppenheimer do ponto de vista da construção da bomba atômica, essa grande tragédia moderna”.

E Barbie?!

Líder das bilheteria em 2023, Barbie está na disputa de Melhor Filme – mesmo que a bolsa de apostas não indique que o longa será uma ameaça a Oppenheimer. Na categoria de direção, no entanto, a não indicação de Greta Gewrig causou indignação.

Barbie e Oppenheimer chegaram aos cinemas simultaneamente e criou a disputa “Barbieheimer”. Porém, se a boneca ganhou nas bilheterias, o físico parece ter agradado mais à Academia.

“Existem algumas questões aí. O marketing ‘Barbieheimer” veio do público e veio da binalidade de gênero, o filme de hominho e o de menina. Mas é claro que existem ainda questões dentro da sociedade que fazem com que filmes de drama, que se levam mais a sério, tenham mais valor agregado do que comédias, ainda mais um filme sobre a Barbie, que representa no imaginário coletivo o que é feminilidade”, entende Fabiana.

“Porém, precisamos reconhecer que falta um reconhecimento de um filme que ajudou a trazer as pessoas de volta aos cinemas”, completa a crítica. “Existe uma resistência da academia de colocar mais de uma mulher na lista, temos a Justine Triet, mas por que não a Greta? Existe uma importância de colocar a mulher do projeto mais lucrativo do ano em um prêmio de indústria”, conclui.

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