Indisposição, perda da libido (desejo sexual), disfunção erétil, perda de massa muscular, aumento da gordura abdominal, alterações no sono e irritabilidades, podem estar associados à diminuição na produção de um importante hormônio masculino: a testosterona, que tem papel fundamental no desenvolvimento do aparelho reprodutor do homem, incluindo a próstata e os testículos. Nesse contexto, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, as principais dúvidas desse público são: quando iniciar a reposição hormonal e no que ela pode implicar?

A produção da testosterona é importante em vários aspectos, entre eles, à manutenção da qualidade de vida do homem e à prevenção a diversas doenças, entre elas a depressão e o câncer de próstata – este último porque a doença está diretamente relacionada ao envelhecimento da população masculina, processo que inclui a diminuição natural da testosterona.

A ausência do hormônio também pode causar alterações de memória, de visão e até calvície.

 Variáveis

Giuseppe Figliuolo ressalta que a reposição hormonal só deve ocorrer após uma análise criteriosa de um urologista e, em algumas situações, com o suporte de um endocrinologista. Isso porque, os índices baixos utilizados como referência, apresentam variáveis de indivíduo para indivíduo.

“Quando analisada a condição clínica do paciente e os sintomas apresentados, se houver a indicação da reposição, ela ocorrerá de forma segura, garantindo que ele tenha mais qualidade de vida. Mas, a utilização de forma indiscriminada, pode prejudicar o organismo”, frisou o especialista.

Contras

De acordo com ele, a utilização de testosterona sem necessidade pode induzir o organismo a reduzir a produção do hormônio. “Isso acontece porque o organismo entenderá que já tem testosterona suficiente, mas está sendo enganado pelo uso desnecessário do hormônio, o que não podemos considerar como reposição”.

Ele explica, ainda, que uma vez ocorrido esse processo, o homem pode entrar no processo conhecido popularmente como andropausa (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino) de forma precoce.

Sobre a idade indicada para a reposição, Figliuolo ressalta que também pode variar muito. Há homens que já começam a sentir os sintomas associados à redução na produção da testosterona aos 30 anos. Mas, o mais comum é a partir dos 40. Ainda assim, não significa necessariamente que o indivíduo precisará automaticamente de reposição. Há outras medidas que podem ajudar a driblar o processo.

Alterações

“A partir dos 40 anos, a produção da testosterona cai de 15 a 2% ao ano. Homens sedentários, obesos, hipertensos, diabéticos, como dia a dia muito estressante, tabagistas e que consomem álcool em excesso, têm níveis mais baixos e podem precisar de reposição mais precocemente. Os que praticam atividades físicas e têm uma vida saudável, têm menores chances de entrar cedo na andropausa e talvez não precisem de reposição ao longo da vida”, assegurou.

Prós

Em casos de deficiência hormonal constatada, a reposição pode ajudar a regular e a equilibrar os níveis. As indicações vão desde o uso de gel (cuja toxicidade é menor) até a injetável, para homens com graus mais avançados, os quais podem apresentar anemia e fraqueza extrema.

Entre os benefícios estão: redução dos sintomas, equilíbrio do peso com a melhoria do metabolismo, desaceleração da calvície e das alterações de visão e de memória (em alguns casos), entre outros.

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