Considerado o maior movimento de alerta sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa já tem data para começar: no próximo dia 1º, às 18h, no Teatro Amazonas (Centro), um dos principais cartões postais de Manaus. Na ocasião, o prédio será iluminado com a cor rosa, símbolo da luta de movimentos sociais, para reforçar a importância dos exames de rastreio que detectam a neoplasia maligna que mais mata mulheres no mundo.

No Brasil, o movimento completa 11 anos, em 2019. No Amazonas, a campanha já tem uma década e é realizada através de uma parceria entre as ONGs Rede Feminina de Combate ao Câncer, Centro de Integração Amigas da Mama (Ciam) e Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc).

Instituições públicas e privadas, como a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), prefeituras – através das secretarias municipais – e a classe empresarial, entram como importantes apoiadoras do movimento, que já tem a adesão de boa parte dos municípios amazonenses.

A presidente da Lacc, enfermeira oncológica Marília Muniz, explica que o Amazonas tem papel essencial na ampliação das ações educativas, visto que o câncer de mama é o segundo mais incidente na população feminina do Estado e o primeiro no País.  “Como estamos em uma região isolada do restante do País, é difícil levar as ações de prevenção e diagnóstico precoce a todas as localidades. Por isso, buscamos conscientizar os agentes públicos sobre a necessidade da elaboração de políticas públicas que contemplem as populações e que reduzam o número de mortes pela doença”, explicou.

A presidente da Rede Feminina, Tammy Cavalcante, destaca que a população feminina também precisa ser cada vez mais incluída nesse debate. “Sabemos que a maior parte das pessoas só procura um especialista quando apresenta algum sintoma. Hoje, estamos passando por um processo educativo de mudanças, que tem atraído as mulheres cada vez mais. Nossa ideia é mostrar que o autoexame das mamas já não é mais suficiente para um alerta em tempo hábil. É reforçar que o exame de mamografia é um direito legal, que deve ser buscado não só no mês de outubro, mas durante o ano inteiro”, alertou. Por isso, a temática escolhida para a campanha no Estado é “Me trate Direito”.

Rastreio

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que o exame de mamografia seja feito uma vez ao ano, a partir dos 40 anos. Mulheres com histórico na família, devem iniciar o rastreio mais cedo, aos 35 anos, em função do fator hereditário, o qual aumenta as chances dessa parcela da população desenvolver a doença.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde (MS), o Amazonas deve registras, em 2019, pelo menos 420 novos casos de câncer de mama. Dados do e-siga apontam que só na FCecon, referência em cancerologia na Amazônia Ocidental, foram registrados, através do Laboratório de Análises Patológicas, 101 casos da doença, de janeiro a julho deste ano. O número é maior que os 86 apresentados no ano anterior.
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