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Uma mulher de 46 anos foi internada em estado grave na última quinta (17/10), no Rio de Janeiro, após usar uma dose de Ozempic falsificado. A paciente disse ter comprado a injeção em uma farmácia, acreditando que se tratava de um produto original. A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o caso.

Médicos ouvidos pelo Metrópoles alertam que o medicamento falso não possui qualquer garantia em relação à composição. Ou seja, quem compra pode ingerir uma medicação sem o ativo que leva ao emagrecimento (semaglutida), com a dose alterada ou com a formulação errada. Além disso, o Ozempic fake pode estar contaminado com substâncias tóxicas ou microrganismos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já identificou três lotes de Ozempic falsificados no Brasil, dois em 2023 e um em 2024. Veja quais são:

  • MP5C960, em junho 2023, com concentração de 1 mg e embalagem em idioma espanhol;
  • LP6F832, em outubro de 2023, com data de validade 11/2025;
  • MP5A064, em janeiro de 2024, com prazo de validade 10/2025. Apresenta a concentração de 1,34 mg/mL, com embalagem em idioma espanhol, que diverge do lote original.

Como identificar o Ozempic fake

A Anvisa alerta que medicamentos só devem ser adquiridos em estabelecimentos farmacêuticos, farmácias ou drogarias. A venda em lojas de comércio eletrônico — salvo os portais das próprias farmácias — não é permitida.

Não se deixe levar pelo preço. Valores muito abaixo do cobrado em farmácias devem ser motivo de desconfiança. No Brasil, os preços dos medicamentos seguem a tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

O paciente não deve adquirir medicamento com a embalagem visivelmente alterada, com instruções em idioma estrangeiro, com aparência diferente da registrada e com informações incorretas sobre o produto.

“Algumas das canetas falsificadas apareceram nas redes sociais, e são um pouco diferentes. Ter a noção de como é a caneta original é importante. Entender que tem que vir dentro de uma caixa que deve ser refrigerada. Tudo isso é uma forma de minimizar a chance de compra do Ozempic falsificado”, pontua o médico Alexandre Hohl, vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade (DEFAT) da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Cápsulas, fitas e chips são falsos

A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, alerta para a venda da semaglutida em outras apresentações. A empresa informa que o princípio ativo não foi desenvolvido, em nenhum lugar do mundo, para uso em formato injetável em frascos, em cápsulas orais, pellets absorvíveis, fitas ou chips, como tem sido divulgado em sites de venda irregular.

“A Novo Nordisk desconhece a origem das matérias-primas e a forma de fabricação desses produtos. Ademais, a companhia é detentora da patente do princípio ativo semaglutida, de forma exclusiva, até pelo menos o ano de 2026. Assim, a empresa não fornece ou autoriza o fornecimento de semaglutida a nenhuma farmácia de manipulação ou outra fabricante”, informou a empresa em nota ao Metrópoles.

Com informações de Metrópoles

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