
O Palmeiras terá segurança reforçada para a delegação que enfrenta o Cerro Porteño, no Paraguai, pela fase de grupos da Libertadores. A situação se dá por conta do clima entre os clubes, em momento que o Verdão condena os atos racistas de torcedores do clube e falta de punição da equipe paraguaia e da própria Conmebol.
“Vamos levar mais seguranças, ficou muito falado, parece que é um problema do Palmeiras contra o Cerro e não é. É uma luta contra o racismo. Fico muito preocupada, mas isto nos faz tomar precauções. Vamos levar segurança, sim, mas acho que a Conmebol vai tentar pelo menos que seja um jogo que as coisas sejam resolvidas dentro de campo, sem maiores problemas para não prejudicar o espetáculo”, revelou em evento após a reeleição de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF.
Leila Pereira reforçou a luta do Palmeiras contra o racismo. No início do mês, o atacante Luighi foi vítima de atos racistas em jogo da Libertadores sub-20, em Assunção. Desde então, a mandatária tem cobrado constantemente punições duras aos responsáveis. Pelas cobranças diretas à Conmebol e ao presidente Alejandro Domínguez, Leila não teme que o clube seja prejudicado na competição.
“O que não falta para a presidente do Palmeiras é coragem. Se fui eleita presidente deste clube gigante foi para representar, lutar pelo clube e por nossos milhões de torcedores e atletas. Eu jamais poderia chegar no meu clube, olhar meus atletas depois do que ocorreu no Paraguai e não ter feito absolutamente nada. Isso jamais vai acontecer, porque a presidente do Palmeiras tem coragem”, disse Leila.
“Não tenho medo de que o clube seja prejudicado, porque tenho certeza que não vai acontecer porque nós estamos lutando pelo que é certo. É inadmissível algum clube ser contra o combate ao racismo. É inadmissível alguém ver o que eu vi, o sofrimento do meu atleta e não ficar sensibilizado. E, aquilo que ele passou, milhões de pessoas passam. Nós, como dirigentes, formadores de opinião não nos manifestarmos é um absurdo. Mas, tenho certeza que a maioria dos clubes estará ao nosso lado. A presidente sempre vai se posicionar de forma firme e forte, defendendo o que é certo. Sem medo. Esse negócio de ‘ah, o Palmeiras vai ser prejudicado na Libertadores’. Não, não vai. A luta é muito maior do que um título, não tenham dúvida disso”, seguiu.
Recentemente, viralizou uma fala de Leila Pereira sugerindo a saída dos clubes brasileiros da Conmebol e ida à Concacaf, pela falta de punições da entidade que organiza o futebol sul-americano em casos de racismo. Após isso, Alejandro Domínguez foi questionado sobre a situação e respondeu que a Libertadores sem brasileiros seria como “Tarzan sem Chita”. Leila Pereira detonou a resposta do dirigente.
“Não tenho nada contra a Conmebol, tenho, sim, contra as atitudes da Conmebol com relação ao combate ao racismo. E o que ocorreu com o Palmeiras contra o Cerro não foi a primeira vez, foi a terceira. O que nós pedimos é que as penas sejam mais pesadas. Não é nada contra a instituição, mas contra as atitudes que vêm tomando contra os crimes de racismo. Se não houver uma punição severa, isso não vai terminar nunca”, declarou.
O Palmeiras estreia na Libertadores no dia 3 de abril, contra o Sporting Cristal, no Peru, às 19 horas (de Brasília). E, ainda antes de enfrentar o Cerro Porteño, no Paraguai, recebe o rival no Allianz Parque no dia 9 de abril.
“Vamos jogar contra eles aqui no Brasil, mas não vamos ser hipócritas. Aqui existe esse crime de racismo, mas aqui nós punimos. E, se ocorrer dentro no nosso estádio, serão punidos, sim, com muita seriedade, de forma muito dura. Só assim a gente consegue coibir o crime”, finalizou.
Com informações de Gazeta Esportiva.