O papa Francisco descartou a possibilidade da abertura de uma investigação canônica do cardeal canadense Marc Ouellet, acusado de abuso sexual, por falta de provas. A decisão foi comunicada pelo porta-voz do Vaticano nesta quinta-feira (18/8).
Segundo documentos judiciais do Tribunal Superior da província, uma mulher identificada como “F” acusou o cardeal e atual prefeito da Congregação para os Bispos, de tê-la tocado indevidamente entre 2008 e 2019, quando ele era arcebispo de Quebec, há mais de 10 anos.
O papa se pronunciou após reportagens divulgadas no Canadá envolvendo o cardeal e “F”, uma agente da pastoral na época em que os eventos teriam ocorrido. A denúncia foi feita diretamente ao Vaticano em janeiro de 2021.
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, confirmou indiretamente que o papa Francisco havia contratado o jesuíta Jacques Servais para conduzir uma “investigação preliminar” sobre essas acusações.
“Não há nenhum motivo fundamentado para abrir uma investigação por agressão sexual sofrida pela pessoa F. por parte do cardeal Ouellet. Nem em seu relatório escrito e enviado ao Santo Padre, nem no testemunho via Zoom que posteriormente coletei na presença de um membro do Comitê diocesano instituído para este fim, essa pessoa trouxe uma acusação que pudesse fornecer material para tal investigação”, declarou Matteo.
A denúncia contra o cardeal faz parte de uma ação coletiva contra mais de 80 integrantes da Arquidiocese de Québec, que foi visitada pelo pontífice no fim de julho. Na ocasião, Francisco pediu desculpas pelos crimes cometidos pela Igreja Católica contra indígenas canadenses.
(Metrópoles)