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Os riscos da poliomielite e a obrigatoriedade da vacinação de crianças e adolescentes foram assuntos em destaque no programa Papo Cidadão nesta terça-feira (23/08). O programa reuniu especialistas e membros ministeriais para alertar a sociedade acerca dos riscos decorrentes da baixa adesão às campanhas de vacinação realizadas no país. A queda na cobertura vacinal vem colocando em risco a saúde de toda a população, em razão da reintrodução de doenças que já estavam erradicadas, como é o caso da poliomielite.
O programa foi mediado pela Professora Adriana Antony, com transmissão pela TV Encontro das Águas 2.4, Salas IPTV e ainda pode ser assistido, pelo canal do MPAM, no Youtube
“Dentre os fatores que levaram à queda na cobertura vacinal, a desinformação trazida pelas fake news, com certeza, é um dos mais graves. O Ministério Público está atuando para reverter isso, por meio do projeto Juntos Pela Vida e do programa Papo Cidadão, investindo na conscientização de pais e responsáveis acerca da importância da vacinação para a saúde e bem-estar de todos. A segurança da Saúde depende desse trabalho que tem um caráter essencialmente educativo e a escola é o ambiente perfeito para isso”, declarou a Procuradora de Justiça Silvana Nobre, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça dos Direitos do Cidadão.
Baixa adesão
A representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), médica Amanda Alecrim, apontou a baixa adesão à campanha de vacinação, realizada no último sábado (20), contra a poliomielite.
“No início parece gripe, com febre, depois vômito e diarreia, mas trata-se de uma doença grave, que pode evoluir para uma paralisia flácida e ascender, inclusive, para os músculos respiratórios. A gente lembra da Covid, das pessoas que foram entubadas e precisaram de fisioterapia respiratória para se recuperarem, mas quem tem pólio, e a doença chega aos músculos da respiração, vai precisar de equipamentos respiratórios para o resto da vida”, alertou.
Gestores e professores ativos na Campanha
A Gerente de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Enfermeira Isabel Cristina Hernandes, destacou a importância de gestores e professores participarem da campanha promovida pelo MPAM, frente ao risco existente hoje no Brasil em razão da baixa cobertura vacinal.
“Isso é um perigo, porque o Brasil, além da baixa cobertura, está cercado por países com altíssimos riscos, tem fronteiras abertas e alta circulação de pessoas. Se nossas crianças estiverem vacinadas, todos estaremos protegidos, não só as crianças, mas também nós adultos, porque a criança vacinada vai eliminar o vírus vacinal pelas fezes e vai eliminar o vírus do ambiente. Não podemos esquecer que a vacinação é proteção coletiva”, apontou.
Pais compromissados com os direitos das crianças
A coordenadora do CAO-IJ, Promotora de Justiça Romina Carvalho falou sobre o compromisso do MPAM com os direitos das crianças e adolescentes, destacando a obrigatoriedade dos pais quanto à vacinação dos filhos, conforme determina a legislação brasileira.
“A vacinação é obrigatória. A Constituição e o ECA confirmam isso, a Anvisa autoriza e temos até decisão do STF quanto à Covid, por exemplo. É muito preocupante essa possibilidade de reintrodução da poliomielite, por isso estamos buscando essa parceria com os demais atores envolvidos, buscando reverter essa recusa das pessoas à vacina. O bate-papo de hoje visa, exatamente, construir essa conscientização por meio do esclarecimento, da educação e da informação”, afirmou.