O senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu o fortalecimento da rede de energia elétrica e a criação de linhas de transmissão alternativas para evitar apagões como o que aconteceu em Manaus e diversos municípios do Amazonas, no último sábado (8/03). Segundo a concessionária Amazonas Energia, em função do desligamento da linha de 500 kV Jurupari-Silves, pertencente ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o serviço foi interrompido para a capital e para diversos municípios do interior do estado.

“Hoje dependemos exclusivamente do Linhão de Tucuruí. Nesse final de semana, tivemos um apagão de seis horas. Todo o sistema interligado passou por esse problema”, lembrou o senador durante entrevista ao Grupo Norte de Comunicação nesta segunda-feira (11/03).

Segundo Braga, a solução pode vir a partir do mês de dezembro quando a infraestrutura elétrica do Amazonas será interligada ao Estado de Roraima, que é abastecida pela energia da Venezuela, e, futuramente, com adesão à infraestrutura das Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia.

“Em dezembro, nós estaremos interligados com Roraima. Parece que é pouco, mas Roraima está interligado com a Linha de Guri, que é a energia da Venezuela. Nós vamos criar a primeira redundância no sistema de interligação”, disse o senador.

A problemática sobre a insegurança energética surgiu na entrevista quando Eduardo Braga foi questionado sobre questões estratégicas para o desenvolvimento do Estado do Amazonas como a retomada da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, a construção do novo porto da Manaus Moderna e projetos de exploração de gás, petróleo e mineração.

“O meu sonho, se o povo do Amazonas me der a oportunidade de continuar no Senado, é que tenhamos também uma linha de transmissão à margem da BR-319, trazendo a energia de Santo Antônio e de Jirau (usinas hidrelétricas) também para a cidade de Manaus, criando outra redundância de energia elétrica. Essas redundâncias abririam para o Amazonas mais confiabilidade do ponto de vista de energia e mais oportunidade para gerar energia térmica a gás e vender no sistema nacional. Se tivermos o linhão que interliga com o sistema Santo Antônio e Jirau, nós teremos novas oportunidades para continuar crescendo. Isso nos permitirá também desenvolver a petroquímica no Estado do Amazonas. Para isso precisamos de energia”, analisou.

Reforma Tributária e a Zona Franca

A Reforma Tributária, cuja relatoria foi feita pelo senador Eduardo Braga no Congresso, também ganhou espaço na entrevista. A simplificação dos impostos, a transparência e a segurança jurídica e a diminuição das fraudes e sonegação fiscal que serão alcançadas a partir da implementação da nova matriz de tributos foram destacadas por Braga.

“Quando poucos pagam e muitos sonegam, o que acontece? Aqueles que pagam, acabam pagando mais e aqueles que sonegam acabam prejudicando a todos”, reforçou o senador.

Os impactos da Reforma Tributária sob o modelo econômico da Zona Franca de Manaus, que manteve as vantagens comparativas da indústria e garantiu os benefícios do comércio varejista, também foram enfatizadas como positivas pelo senador Eduardo Braga.

“O que o Amazonas sempre temeu era de que a reforma implicasse na mudança da origem para o destino. O medo era como ficaria se a cobrança do ICMS saísse das mãos do estado e fosse para a União, podendo nos tornar de novo um porto de lenha”, lembrou.

No texto aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula, todas as vantagens comparativas e isenções fiscais foram garantidas para a Zona Franca, permitindo a manutenção de 500 mil empregos. “A grande conquista foi ter mantido as vantagens comparativas tanto do polo industrial quanto do polo varejista da Zona Franca. Isso garante segurança jurídica e nos faz olhar para o futuro”, disse. Senador Eduardo Braga ressaltou ainda que a ZFM voltou a ser atrativa para a implantação de novas empresas e expansão das já existentes no Polo Industrial de Manaus.

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