A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), deu início a um programa de recomposição florestal e paisagística no Parque Municipal do Mindu, que devolverá o verde a espaços degradados e impactados por fenômenos naturais, como quedas de árvores causadas por fortes ventos.

O local receberá também o plantio de espécies ornamentais com flores amazônicas nos canteiros e efeitos de borda. O trabalho já foi iniciado e faz parte de um conjunto de ações que antecedem as obras de reforma das estruturas físicas do parque, iniciadas na última segunda-feira (10). Entre as atividades realizadas, estão a recomposição dos canteiros de plantas medicinais (dentro de um programa de acompanhamento de estágio oferecido pela Semmas), recuperação do paisagismo da Praça da Samaúma, Pavilhão das Bandeiras, Praça da Paz,mapeamento e replantio nas áreas de clareiras e a recuperação do efeito de borda das trilhas interpretativas, utilizando sempre espécies nativas da Amazônia.

O Programa de Recuperação de Área Degradada está sendo realizado no parque por determinação da secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, a partir da preocupação não só com o aspecto físico (predial) das estruturas existentes, mas também com a flora nativa que caracteriza a unidade de conservação. Segundo ela, a recomposição florestal é um trabalho meticuloso e que irá complementar as obras de reforma e revitalização para que o parque seja plenamente recuperado e valorizado. Foi celebrado com o Instituto Federal do Amazonas (Ifam) um convênio com o objetivo de levar estudantes de cursos técnicos na área de Agroecologia, Agropecuária, Técnico Pós-Florestal e Paisagismo a atuarem no programa.

De acordo com o gestor do Parque do Mindu, José Feitoza, um dos destaques da recomposição florestal será o plantio de uma Parede de Samaumeiras no local. "Trata-se de uma espécie-símbolo da floresta amazônica que dará ao Parque do Mindu uma nova concepção visual”. Máquinas retroescavadeiras cedidas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) deverão ser utilizadas para a abertura das covas, que terão largura e profundidade suficientes para o pleno crescimento das árvores e quebra do espelhamento do solo. As samaumeiras serão plantadas nas proximidades do estacionamento e início da trilha principal do parque, onde o solo compactado vem impedindo há muitos anos o crescimento das árvores ali plantadas.

José Feitoza explica que tudo isso só foi possível graças à consolidação do Programa de Gerenciamento de Resíduos do Parque do Mindu, que permitiu a implantação de um sistema de compostagem no local.

Por meio da parceria com o Ifam, 16 estudantes de cursos técnicos da instituição estão executando os trabalhos, divididos em cinco grupos, cada um responsável pela condução de um projeto de recomposição da cobertura vegetal. O sistema de compostagem permite que hoje todos os canteiros recebam o composto orgânico produzido a partir do material coletado no próprio parque. "Temos aqui aparas de podas, troncos de árvores que num prazo de 100 dias apresentam excelente estado de mineralização, nos proporcionando um composto orgânico da melhor qualidade, ou seja, criamos as condições PA

ra que tivéssemos o PRAD (Programa de Recuperação de Áreas Degradadas) plenamente implantado", explica.

Todos os canteiros já se encontram com o plantio executado e a demarcação para a implantação de um sistema de irrigação através de microaspersores e gotejamento que garantirá a rega no período do verão. Outra novidade será a utilização de espécimes com inflorescência da flora amazônica e a implantação e minimização do efeito de borda nas 12 trilhas revitalizadas do parque.

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