Foto: Cristie Sicsú

O professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Lucindo Antunes Fernandes Filho, avalia que as obras pavimentação da BR-319 podem gerar enchentes e inundações na região, além de serem complexas e custosas ao poder público. As informações são do Observatório BR-319, publicadas nesta quarta-feira, 01.

Segundo o professor, a pavimentação é uma obra necessária e estratégica, mas que preocupa devido as bacias hidrográficas de rios e igarapés que atravessam a rodovia.

“É uma região de baixa altimetria topográfica e por isso possui grande influência da variação dos períodos de vazante e enchentes dos rios na profundidade do nível freático”, avalia. O nível da água subterrânea está muito próximo da superfície”, observa.

Segundo Lucindo Antunes, a região não possui riscos geológicos naturais, mas a pavimentação pode gerar enchentes e inundações e que se não forem tomados os cuidados em relação às bacias hidrográficas e a manutenção dos cursos d’água, rios e igarapés, podem haver perdas econômicas associada.

Lucindo Antunes acenou, ainda, que substrato geológico do “trecho do meio”, que fica na rodovia, é composto por rochas sedimentares cenozoicas, incoesas e porosas e que a região fica distante de uma fonte de agregados graúdos para a composição do pavimento. “Esses fatores impactam na pavimentação e na conservação ao longo dos anos, alerta.

Outro aspecto apontado pelo professor estão relacionados às características naturais do substrato rochoso que já foram alteradas várias vezes por obras no passado e que surge como um complicador antrópico, na medida que materiais de diferentes locais foram usados, ou seja, hoje se encontram misturados ao longo da estrada.

“O projeto deve caracterizar muito bem o comportamento do regime das águas superficiais e subterrâneas nas bacias hidrográficas envolvidas, executar e concluir o projeto sem alterá-lo”, finaliza.

Parte da BR-319, conforme observou, está sem manta asfáltica há anos e que várias tentativas de repavimentação foram iniciadas, mas sem garantias suficientes de sustentabilidade ambiental, econômica e social para as populações do entorno e que os projetos avançaram de forma tímida.

“Na avaliação de especialistas, um ponto central do atual processo é a própria obra de engenharia da estrada, que precisa incorporar a gama de conhecimentos hoje disponíveis, incluindo os socioterritoriais e ambientais, para que se produza uma obra sustentável, diferente da original, ressalta.

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