Até os 39 anos, Edvan Corrêa Ferreira sempre ganhou o sustento como autônomo. Mas um acidente que lhe tirou a visão do olho esquerdo mudou essa realidade, fazendo com que precisasse buscar no mercado formal uma colocação para trabalhar de acordo com suas limitações. Depois de 4 anos, conseguiu uma vaga de carteira assinada como auxiliar de manutenção no Sabin, onde está há 7 anos.

“Levei um tempo para me adaptar à deficiência, mas hoje tenho uma vida normal. O Sabin foi a primeira e única empresa que me acolheu. Sou muito grato e realizado”, conta o colaborador de 50 anos que atualmente faz curso técnico para se aperfeiçoar na área de atuação.

Nem todas as pessoas com deficiência, porém, têm a mesma sorte de Ferreira. No Brasil, o artigo 93 da Lei 8.213/91 define percentuais de contratação para PCDs em empresas com mais de 100 funcionários (cotas), mas dificuldades de adaptação e integração às equipes também estão entre os obstáculos a serem superados, daí a necessidade de um ambiente corporativo inclusivo.

“Ser selecionado pelas nossas competências e avaliado segundo elas é muito importante para um PCD, pois nos estimula a crescer tanto quanto qualquer outro colaborador. No Sabin, não me sinto excluído dos desafios pela minha deficiência, ao contrário. A empresa sempre me incentiva à superação”, comenta o agente de recepção Vitor Alencar da Costa, de 30 anos, há dois anos na empresa.

Como sequela de um grave acidente vascular cerebral hemorrágico, sofrido aos 19 anos, Vitor perdeu a coordenação motora do lado esquerdo do corpo, o que o impede de atuar como técnico em informática, sua primeira formação. Mas nem por isso desistiu de galgar patamares mais altos na empresa. Recentemente, concluiu o nível superior em processos gerenciais e já pensa na possibilidade de um cargo de supervisão na área de atendimento. “Minha deficiência não limita minhas habilidades intelectuais e aqui no Sabin isso é considerado, o que não acontecia nas empresas que trabalhei anteriormente”.

Deficiente auditiva unilateral, Janaina de Souza Menezes, 28 anos, também destaca a importância de um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo para o crescimento profissional. “Atuo no atendimento ao cliente e fechamento de caixa há um ano e cinco meses. Sempre me senti bem acolhida, integrada e respeitada, pois a empresa vê a real necessidade de cada funcionário”, diz a colaboradora, destacando que recebe constante acompanhamento em audiometria.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tinha, em 2019, 17,3 milhões de pessoas com alguma deficiência. Mas entre os PCDs em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade), apenas 28,3% estavam na força de trabalho, ante 66,3% daquelas sem deficiência.

Diversidade e inclusão

Desde 2018, o Grupo Sabin desenvolve um programa de diversidade e inclusão que tem como objetivo promover ações que estimulem o tratamento igualitário a todos os colaboradores. A empresa adota o princípio de que quanto maior a pluralidade, maior será a capacidade de incluir, trabalhar com as diferenças e inovar, o que vale para os cinco pilares: gênero, raça, LGBTQI+, pessoas com deficiência e multigerações. Em 2021, a empresa lançou o Guia Sabin de Diversidade e Inclusão, publicação distribuída para colaboradores e stakeholders.

“Queremos que a acessibilidade seja transversal a todas as áreas do negócio e garantir que todos tenham plenas condições de se desenvolverem de maneira equitativa”, explica a diretora administrativa e de pessoas do Grupo Sabin, Marly Vidal. A empresa tem sede em Brasília e em mais de 70 cidades no país, incluindo Manaus.

Já o gestor local, Fabiano Castro, destaca que no Sabin não se contrata PCDs para cumprir cotas. “O ambiente profissional verdadeiramente inclusivo vai muito além da adaptação física dos espaços de trabalho. É fundamental acolher, respeitar e conviver com qualquer tipo de diferença. Por isso capacitamos todos os nossos colaboradores e lideranças para entender as dificuldades desses colegas e saber aproveitar o máximo de suas competências”.

O executivo reforça ainda que, na empresa, o profissional com deficiência é tratado em condições de igualdade aos demais colaboradores. Desde o processo de seleção até às oportunidades de crescimento e aumento salarial, assim como em relação aos resultados esperados. “Todos crescemos juntos. A convivência é harmoniosa e o aprendizado é mútuo”.

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