A Petrobras informou, nesta terça-feira (9/4), que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, localizado entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.

De acordo com a empresa petrolífera, a acumulação está a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal, em profundidade de 2.196 metros. A área onde foi localizado o combustível fica na margem equatorial, considerada o “novo pré-sal” e chamada de nova fronteira exploratória.

Veja onde fica a Margem Equatorial:

A descoberta ocorre enquanto a estatal aguarda o parecer do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas. Os servidores da autarquia estão em greve há três meses, o que vem causando atrasos significativos em projetos dos setores de energia e petróleo.

Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o histórico de perfurações em ambientes de águas profundas e ultraprofundas não tiveram “qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao meio ambiente”.

“A companhia possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambiente de águas profundas e ultraprofundas, sem qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao meio ambiente, o que, associado à capacidade técnica e experiência acumulada em quase 70 anos, habilitam a companhia a abrir novas fronteiras e lidar com total segurança suas operações na Margem Equatorial”, diz Prates.

Segunda descoberta de petróleo

A estatal anunciou que esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024. Anteriormente, a petrolífera já havia divulgado a comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá.

Ainda em nota, a Petrobras afirmou que “tais descobertas ainda merecem avaliações complementares” e que a empresa “é a operadora de ambas as concessões e detém 100% de participação”.

A primeira investida na região ocorreu em 2014, no poço Pitu, situado a 53 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte.

Em dezembro de 2023, a estatal anunciou a retomada das atividades de perfuração na Bacia Potiguar, utilizando a sonda originalmente destinada à perfuração na Foz do Amazonas.

Plano estratégico e foco na Foz do Amazonas

O Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras reserva um investimento substancial de US$ 3,1 bilhões para pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial. Nesse período, a companhia planeja perfurar 16 poços.

O diretor de Exploração e Produção da estatal, Joelson Mendes, destaca que a margem equatorial é considerada uma nova e promissora fronteira, crucial para garantir o suprimento de petróleo necessário para o desenvolvimento nacional.

“Com o avanço da pesquisa exploratória da Margem Equatorial brasileira, aumentamos o conhecimento desta região, considerada como uma nova e promissora fronteira em águas ultraprofundas, que será fundamental para o futuro da companhia, garantindo a oferta de petróleo necessária para o desenvolvimento do país”, afirma Mendes.

Apesar de estar ativa na Bacia Potiguar, a Petrobras mantém seu foco principal na Foz do Amazonas. Aguardando a aprovação do Ibama, a empresa planeja perfurar o primeiro poço na extremidade norte do país, denominado Amapá Águas Profundas, localizado a 160 quilômetros da costa e a 40 quilômetros da fronteira com a Guiana Francesa.

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, defendeu, no início deste ano, a exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas, apesar dos “altos riscos” associados.

A expectativa é impulsionada pelas descobertas petrolíferas nos países vizinhos, como Suriname e Guiana. Estima-se que a Guiana alcance uma produção diária de 1,5 milhão de barris até 2030, contrastando com a crise internacional vivida pela Venezuela, cuja produção atual é superior a 260 mil barris por dia. Com Metrópoles.

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