A dor de Sueli Alves, de 68, e de sua família para encontrar cinco sobrinhos desaparecidos na tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, chegou ao fim. O corpo da quinta e última sobrinha da idosa foi encontrado nessa quarta-feira (23/2).

Elizabeth Alcântara, Vera Lucia Alcântara, Leonardo, Graziela e Enzo Stanzan, de 7 anos, estão entre as vítimas. Todos residiam no Morro da Oficina, um dos mais atingidos na cidade imperial. A idosa morava há mais de 60 anos na área e precisou sair após os deslizamentos.

“Confesso que nem estou indo. Não tenho condições para isso, prefiro ter lembranças deles vivos”, disse Sueli ao Metrópoles.

Graziela era casada com Leonardo e mãe do Enzo. Ela estava grávida de 9 meses de uma menina, que tinha previsão para nascer no final de fevereiro. A família tem feito praticamente um enterro por dia desde que os corpos foram encontrados nos escombros e liberados pelo Instituto Médico Legal (IML).

“Minha irmã e meu cunhado estão arrasados, bem desnorteados. A ficha ainda não caiu”, disse Sueli.

Quando ouviu o barulho no dia da tragédia (15/2), a idosa e um sobrinho conseguiram fugir a tempo de casa. O mesmo não aconteceu com os restante da família, vítima do temporal.

“A casa deles desceu uma em cima da outra, que nem dominó. Quando pulei a janela, vi que não tinha mais nada do outro lado”, disse.

Ajuda da patroa

A idosa está morando em um apartamento cedido pela sua patroa. A casa no morro da oficina ainda não caiu, mas está com a estrutura comprometida.

Sueli tenta arrumar uma forma de retirar seus móveis e eletrodomésticos de dentro da casa, já que estão em perfeito estado. “Vou construir uma casa aonde? Com que dinheiro? Queria salvar pelo menos isso”, contou.

Os cinco sobrinhos da idosa estão entre as mais de 200 vítimas fatais do temporal da semana passada. Pelo menos 51 pessoas seguem desaparecidas e os bombeiros entraram no décimo dia de buscas pelas vítimas.

De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil, 191 corpos já foram reconhecidos por familiares. Outras sete vítimas serão identificadas por exame de DNA, já realizado em parentes. (Metrópoles)

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