
A Polícia Federal concluiu, na manhã desta quarta-feira (27), o inquérito da Operação Tupinambarana Liberta, deflagrada em outubro de 2024. Cinco agentes públicos foram formalmente indiciados e deverão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral e abolição do Estado Democrático de Direito.
Foram indiciados:
- Marcos Apolo Muniz, ex-secretário de Cultura e Economia Criativa;
- Fabrício Rogério Cyrino Barbosa, ex-secretário de Administração;
- Armando Silva do Valle, ex-diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama);
- Tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, ex-comandante da Rocam;
- Capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, ligado à tropa de elite da Polícia Militar.
Todos os investigados haviam sido exonerados de seus cargos após a deflagração da operação.
Esquema em Parintins
De acordo com as apurações, o grupo teria utilizado parte da estrutura do governo estadual, com apoio de membros da força policial, para favorecer uma chapa que disputava a Prefeitura de Parintins em 2024. A investigação aponta práticas como compra de votos, intimidação de eleitores e ações voltadas a restringir o livre exercício do voto.
O inquérito também revelou sinais de omissão deliberada de agentes públicos em benefício da candidatura investigada, além de provas de monitoramento de adversários políticos e até dos deslocamentos de equipes da própria Polícia Federal, em uma tentativa de obstruir as ações da corporação.
Origem da investigação
A apuração teve início em setembro de 2024, após denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral de Parintins. Durante as diligências, surgiram indícios de que líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional estariam ameaçando eleitores e impedindo a circulação de candidatos em áreas específicas do município.
A operação foi deflagrada em 3 de outubro de 2024, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas, que acompanhou a execução das ordens judiciais contra os policiais militares envolvidos.
Próximos passos
O inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, responsável por analisar os elementos reunidos e decidir sobre eventual oferecimento de denúncia à Justiça. Caso sejam condenados, os acusados podem enfrentar penas que, somadas, chegam a até 20 anos de reclusão.










